- O CEO da BlackRock, Larry Fink, afirmou que os mercados de ações podem cair até 20%
- Durante sua participação no Economic Club of New York, Fink destacou que o atual recuo de preços não representa um risco sistêmico imediato
- A declaração de Fink reforça o pessimismo que paira sobre os mercados
O CEO da BlackRock, Larry Fink, afirmou nesta segunda-feira que os mercados ainda podem cair até 20%, mesmo após as recentes quedas acentuadas registradas nas bolsas e ativos digitais. Durante sua participação no Economic Club of New York, Fink destacou que o atual recuo de preços não representa um risco sistêmico imediato. Ele enxerga o momento como uma oportunidade de compra no longo prazo, ainda que não descarte novas perdas no curto prazo.
Inflação acima do esperado e recessão iminente travam cortes de juros
Para Fink, os investidores estão subestimando o impacto da inflação, que permanece mais alta do que o mercado precifica. Muitos analistas já consideram que os Estados Unidos entraram tecnicamente em recessão, o que complica ainda mais o cenário macroeconômico. De acordo com o executivo, essas condições tornam improvável qualquer redução nas taxas de juros pelo Federal Reserve em 2025.
Fink: The market is down 20%, but in the long run, this is more of a buying opportunity than a selling opportunity.#ECNYFink #USEconomy #Tariffs #Market @BlackRock
— The Economic Club of New York (@EconClubNY) April 7, 2025
A declaração de Fink reforça o pessimismo que paira sobre os mercados desde o anúncio de novas tarifas comerciais pelo presidente Donald Trump. As medidas impactaram diretamente os principais índices, com o S&P 500 e o Nasdaq registrando quedas de 13% e 15%, respectivamente, no último mês. A falta de clareza sobre políticas econômicas e fiscais continua elevando a volatilidade e enfraquecendo o apetite por ativos de risco.
Bitcoin em queda e pressão sobre o dólar elevam debate sobre criptomoedas
O preço do Bitcoin também recuou cerca de 11% no mês e 5% apenas nos últimos cinco dias. Fink já havia alertado anteriormente, em carta aos acionistas, que o avanço do Bitcoin pode representar uma ameaça ao dólar. O argumento baseia-se na percepção crescente de que a criptomoeda é vista como um ativo de proteção mais seguro por parte dos americanos, especialmente em cenários de instabilidade cambial.
Fink: I’m concerned about #inflation if all the proposed #tariffs truly go into place. At the same time, if the President is successful in changing the behaviors of other countries by bringing down the tariffs, the end result can be lower tariffs.#ECNYFink #USEconomy… pic.twitter.com/8TQuUDG1LS
— The Economic Club of New York (@EconClubNY) April 7, 2025
Ainda assim, o executivo reforçou sua visão de longo prazo, indicando que os preços atuais, embora instáveis, oferecem uma oportunidade estratégica para investidores que mantêm horizontes maiores. A declaração de Fink ressoou no mercado como um chamado à cautela e à preparação diante de um ciclo prolongado de incertezas econômicas e ajustes estruturais nas políticas monetárias.