- Bitcoin pode liderar o DeFi com 300 milhões de usuários
- Build on Bitcoin aposta em soluções híbridas com contratos inteligentes
- Stablecoins e staking impulsionam o crescimento do DeFi em BTC
O setor de finanças descentralizadas (DeFi) está prestes a passar por uma transformação radical, segundo analistas que participaram do evento TOKEN2049, em Dubai. Para Alexei Zamyatin, cofundador da plataforma Build on Bitcoin, a próxima revolução virá do próprio Bitcoin. Ele acredita que a primeira empresa a lançar um ecossistema DeFi eficiente e acessível na rede Bitcoin vai dominar o mercado.
“O Bitcoin tem uma base de usuários muito maior que qualquer outra blockchain. Se alguém conseguir resolver o desafio do DeFi em Bitcoin, vencerá todo o mercado”, afirmou Zamyatin. Segundo ele, o número de usuários da blockchain de Satoshi Nakamoto já supera 300 milhões no mundo, o que tornaria qualquer plataforma construída sobre ela mais promissora do que Ethereum ou Solana.
DeFi no Bitcoin ainda engatinha, mas cresce rápido

Enquanto Ethereum domina o setor com mais de US$ 54 bilhões em valor travado (TVL), o DeFi no Bitcoin ainda representa uma fração disso. Dados da DefiLlama mostram que o Babylon Protocol, uma solução de staking compatível com Bitcoin, já movimenta US$ 4,64 bilhões, o que representa 80% do total de valor bloqueado na rede Bitcoin.
Apesar de parecer pouco frente à Ethereum, esse número cresce rapidamente. A grande vantagem, segundo Zamyatin, está no potencial de escalar para centenas de milhões de usuários, algo que nenhuma outra blockchain conseguiu até hoje.
A Build on Bitcoin aposta em uma solução de segunda camada híbrida, que usa o BitVM para permitir contratos inteligentes complexos na rede Bitcoin, como acontece no Ethereum. Esse avanço técnico pode eliminar as barreiras que limitam o uso de DeFi no Bitcoin, como a ausência de oráculos e interfaces mais amigáveis.
Zamyatin também destaca o crescimento da demanda por produtos de rendimento em Bitcoin e stablecoins lastreadas em BTC. “Bitcoin é o melhor colateral que existe”, explicou. Instituições que acumulam BTC já buscam formas de rentabilizar esses ativos, o que pressiona o mercado a criar novas soluções.
Pontes ainda geram desconfiança, mas evoluem
As pontes entre blockchains ainda são um tema controverso, especialmente por causa dos inúmeros hacks ocorridos nos últimos anos. Zamyatin reconhece os riscos, mas atribui a maioria dos incidentes à má gestão de chaves privadas pelas equipes envolvidas, e não a falhas nos contratos inteligentes.
Para lidar com a falta de confiança institucional, algumas pontes ampliaram o número de assinantes em transações — passando de 5 para até 50 —, o que aumenta a segurança e a transparência. Mesmo assim, muitas instituições preferem custodiantes conhecidos, como Coinbase Custody e BitGo, ao invés de protocolos descentralizados como o RenBTC.