- A Bakkt está buscando levantar até US$ 1 bilhão por meio de ofertas de ações e dívidas para financiar uma estratégia de aquisição de Bitcoin
- A nova política oficial da Bakkt, anunciada em junho de 2025, já autoriza o uso de caixa excedente ou recursos captados para aquisição de Bitcoin e outras criptomoedas
- Apesar do cenário adverso, os papéis da Bakkt reagiram positivamente após o anúncio, subindo cerca de 3% e atingindo US$ 13,33
A Bakkt Holdings, controlada pela Intercontinental Exchange, protocolou um registro “shelf” junto à SEC para captar até US$ 1 bilhão. A meta inclui emissão de ações, dívidas ou warrants, com parte dos recursos podendo ser destinada à compra de Bitcoin. A medida segue uma atualização da política de investimento da empresa, que recentemente passou a permitir alocação de capital em ativos digitais como estratégia de tesouraria e crescimento.
Capital flexível e investimento direto em cripto
A nova política oficial da Bakkt, anunciada em junho de 2025, já autoriza o uso de caixa excedente ou recursos captados para aquisição de Bitcoin e outras criptomoedas. A modalidade shelf registration permite emitir diferentes títulos financeiros conforme condições de mercado favoráveis, sem necessidade de novos registros.
Como resultado, a empresa poderá emitir até US$ 1 bilhão em múltiplas parcelas, abrangendo ações ordinárias, ações preferenciais, obrigações e outros instrumentos. A flexibilidade desse formato concede à Bakkt agilidade para atuar conforme demanda ou condições externas. Por ora, ainda não houve nenhuma compra de Bitcoin, mas o documento deixa isso em aberto conforme oportunidades no mercado.
Desafios operacionais e reposicionamento estratégico
Embora a iniciativa represente avanço, a Bakkt enfrenta desafios operacionais. Em 2025, perdeu dois grandes clientes, Bank of America e Webull, o que impactou substancialmente sua receita e derrubou suas ações. A empresa inclusive reconheceu risco à continuidade operacional caso não captasse mais capital.
Apesar do cenário adverso, os papéis da Bakkt reagiram positivamente após o anúncio, subindo cerca de 3% e atingindo US$ 13,33. Mesmo assim, os valores ainda refletem queda anual de quase 46%. Conforme Akshay Naheta, co‑CEO, o movimento reforça a transição da empresa para atuar como infraestrutura cripto, fortalecendo seu posicionamento no ecossistema digital.
Se a Bakkt destinar a totalidade dos US$ 1 bilhão para Bitcoin, poderia adquirir cerca de 9.364 BTC, superando a quantidade de moedas mantida pela Coinbase, atualmente estimada em 9.267 BTC. Isso colocaria a empresa entre os maiores portadores públicos de Bitcoin do mundo, atrás apenas de gigantes como Strategy, Marathon Digital e Tesla.
Com isso, a Bakkt busca reposicionar-se como um ator central na criptoeconomia, conectando finanças tradicionais e ativos digitais. Ao adotar estratégia de tesouraria voltada para Bitcoin, a empresa sinaliza confiança na valorização de longo prazo da criptomoeda. Além disso, a captação amplia seu potencial para investir em nova infraestrutura, parcerias e expansão global.