Em uma publicação do The Australian Financial Review, a vice diretora do Banco Central australiano, Michelle Bullock, declarou que há “muito barulho em torno do Bitcoin, mas ele não é perigoso”.
Em outra parte de sua fala, Bullock disse que “o Bitcoin não é um instrumento de pagamento nem mesmo dinheiro”, e que “não representa uma ameaça à estabilidade financeira”.
Em outra declaração, afirmou que: “acho que agora existem muitas suposições sobre seu papel como um ativo potencial, que não são sustentadas por nada.”
Bullock também disse que “não considera a volatilidade do Bitcoin um risco para o mercado”, o que teve a anuência do presidente do Reserve Bank da Austrália, Philip Lowe.
Lowe por sua vez disse que “o Bitcoin é um risco para os investidores, mas não um risco para a estabilidade financeira.”
Estas declarações partindo de pessoas que enaltecem o depreciativo, imprimível, e inflacionário dinheiro FIAT não são de abismar nenhum conhecedor dos fundamentos do Bitcoin.
Muito menos de quem sabe que a tecnologia blockchain é a evolução e o passo fundamental para a descentralização hegemônica de boa parte dos aspectos sociais, financeiros e econômicos do mundo.
Esse desdenho de mais uma Entidade governamental é infundado, e apenas estampa o medo que os Bancos Centrais escondem por trás da perda crescente de um território ao qual eram supremos e inabaláveis.
O poder centralizador na moeda estatal está ameaçado por uma tecnologia que não tem dono, salvo o próprio detentor de um dinheiro de verdade.
O Estado está ameaçado por uma forma de pagamento que não envolve terceiros e burocracias elitistas, e que é inclusiva aos pobres e aos desbancarizados.
Essas novas moedas que surgiram, que são de um ecossistema digital criptográfico, e que possuem um progenitor chamado Bitcoin, são bastante voláteis atualmente, mas com a adoção em massa deixarão ser.
Adoção essa que é rispidamente combatida por estas entidades impressoras de moeda inflacionária, e que se respaldam na autoridade reguladora e legislativa para mandarem e desmandarem no que querem.
Mas junto a estas moedas voláteis do mundo cripto surgiram também as moedas não voláteis chamadas stablecoins.
Elas são estáveis e podem ser lastreadas em ativos fiduciários do próprio Governo, como as moedas FIAT ou ativos de segurança como o ouro.
E as stablecoins sequer pediram permissão para isso.
E com elas o medo se transformou em pânico.
A própria vice diretora do Banco Central australiano não conseguiu segurar em sua fala a fobia contra este tipo de moeda estável, ignorando o que já existe; amedrontada com algo que se deixarem ser vastamente introduzido na economia vai fazer um estrago inimaginável às moedas FIAT.
Esse medo é tão grande que os legisladores tiveram que “bater” muito em uma destas stablecoin para que ela não tomasse vida.
Esta stablecoin até teve que trocar de nome para ver se os Órgãos reguladores mundiais a deixariam em paz, e assim, o projeto da stablecoin do Facebook deixou de ser Libra e virou Diem.
A expressão fóbica de Bullock ficou escancarada quando esta disse que “o Facebook vai lançar o Diem, e fala-se muito sobre isso”.
Continuando, disse: “estamos conversando com outros reguladores sobre isso. Esses ativos não podem ser liberados até que um acordo seja alcançado com os reguladores.”
Poder elas até poderiam!
Mas o medo afeta a percepção de que a evolução financeira não é centralizada, e que agredir o Diem não afeta em nada os planos de Satoshi Nakamoto.
Então cuidado, Bullock, e tenha mais respeito, porque daqui a pouco o Bitcoin estará batendo na porta de seu local de trabalho para vocês conversarem.