Seria bem legal escalar 11 ativos de cada lado do campo, e montar toda uma reportagem com uma narrativa de um jogo de futebol.
Como eu visto a camisa das criptomoedas, narraria com efusividade o passe de letra do Monero para a entrada pela ponta direita do LINK, que cruza a pelota para o meio da área para o porta luz do Ethereum, e a jogada finaliza com a conclusão monumental do Bitcoin, de voleio, no ângulo!
GOLAÇO!
Mas como seria demérito para com vários “cases” de sucesso e empresas consolidadas da B3, só a goleada já basta.
O fato é que nesta partida de renda variável a rentabilidade é a dona da bola.
E assim, lucro menos prejuízo menos tributos é igual a quanto o investidor ganha no final, e nesse aspecto, por enquanto as criptomoedas estão goleando.
Antes de mais nada digo o “por enquanto” porque os Governos já estão se mexendo, e rápido, para regulamentarem ainda mais os ativos digitais, e cada vez mais as rédeas serão apertadas.
Lembro que há poucos anos não existia Legislação para ativos digitais e não havia tributação sobre lucro na alienação de criptoativos, ou a sua declaração como bens patrimoniais.
Mas voltando ao jogo, nessa partida de rentabilidade as criptomoedas foram um pouco “ajudadas pelo juiz”, e os criptoinvestidores não se importam se o VAR estava desligado.
1 x 0
O primeiro gol a favor das criptomoedas é o valor mínimo tributável das operações realizadas mensalmente.
Enquanto para as operações em Bolsa de Valores o declarante precisa informar à Receita Federal as vendas de ações superiores a R$20.000 mil reais mensais, no caso das criptomoedas o valor é quase o dobro, R$35.000.
Vejamos o exemplo do investidor que vende R$30.000 em ações e R$30.000 em criptomoedas dentro do mês, tendo tido lucratividade de R$5.000 reais em cada conjunto de operações.
Sem computar taxas, emolumentos, impostos, entre outros, que são específicos em cada caso, enquanto nas criptomoedas o investidor não terá que recolher impostos, para as ações terá que recolher 15% do lucro.
São “só” R$750 reais a menos de rentabilidade.
As criptomoedas abrem o placar, segue o Jogo….
2 x 0
O exemplo citado acima não considera as vendas no mesmo dia ou “day trade”, e daí a conta muda.
No caso de “day trade” em ações o imposto sobre lucro de operações é de 20%, sem restrição mínima de valor. Assim sendo, o investidor em ações vai pagar R$1.000 de impostos, e o investidor em criptomoedas, nada, caso não venda acima de R$35.000 reais dentro do mês.
Isto ocorre porque a taxa de 20% sobre o lucro se aplica a ações, e não a bens comuns, como hoje são qualificadas as criptomoedas.
Gol, pelota no círculo central, e recomeça a partida.
3 x 0
Uma forma de rentabilidade extra ao investir em ações é procurar aquelas que pagam bons dividendos. O investidor também pode alugar as suas ações e ter uma certa lucratividade com isto.
No caso das criptomoedas, algumas Exchanges permitem que criptomoedas listadas em sua plataforma provenham “air drops” de outros criptoativos ou Tokens para investidores que fazem “hold” destas criptomoedas.
Diferentemente das datas .COM dividendos e .EX dividendos das bolsa de valores, que pontuam os dias de retenção do papel pelo investidor para o seu direito ao dividendo, nas criptomoedas este procedimento ocorre através de um processo de “snapshots”, onde diariamente a carteira do investidor é quantificada em relação ao número de criptoativos que pagam aqueles “air drops”, e ao final do mês aquela carteira recebe um montante de criptomoedas de forma proporcional.
Em miúdos, aquele investidor que segurou um papel por meses na Bolsa de Valores não vai ganhar nada se vender os papéis um dia antes da data .COM dividendos.
Nas criptomoedas, vai! Se o investidor manteve aquele criptoativo pagador de “airdrop” por 2 dias na carteira na Exchange, alguma coisa este investidor vai receber, impreterivelmente!
Mas tem um detalhe, diferentemente das empresas de capital aberto que “do nada” avisam que vão pagar dividendos quando lhes for oportuno, o investidor encontrará nas Exchanges todo o programa de pagamento dos “air drops” de criptomoedas.
E se você acha que acabou por aqui, a jogada deste gol ganhou mais um detalhe chamado DeFi.
Agora as finanças descentralizadas criaram as suas fazendas de criptomoedas e o “yield farming” já começou.
Sem me aprofundar no assunto, agora o investidor pode emprestar as suas criptomoedas para que outros investidores “plantem” as suas criptomoedas e lhe devolvam parte dos lucros. Tudo isso registrado em contratos inteligentes.
Apito Final
Nesta partida entre investimentos variáveis, o time das criptomoedas está cada vez mais bem preparado para ganhar o campeonato mundial das finanças.
E você, está torcendo para qual time?