- Bitcoin enfrenta resistência entre US$ 92 mil e US$ 95 mil enquanto o mercado aguarda a decisão do Fed.
- Suporte crítico em US$ 84 mil define o limite entre recuperação e novo ciclo de queda.
- Queda histórica no open interest indica apatia e reduz riscos de alavancagem excessiva.
O Bitcoin inicia a semana preso perto da região dos US$ 90 mil. Enquanto isso, traders observam atentamente sinais contraditórios entre pressão vendedora, expectativa por corte de juros e volatilidade crescente antes da decisão do Federal Reserve. Embora o mercado tenha reencontrado estabilidade após tocar US$ 87 mil, a recuperação ainda não convenceu analistas. Eles veem espaço para novos testes de suporte, especialmente se o preço falhar em superar resistências importantes.
A movimentação recente foi marcada por oscilações rápidas, típicas deste trimestre. O BTC fechou a semana perto de US$ 90 mil. Porém, analistas alertam para possíveis “fakeouts” nos dois sentidos. O trader CrypNuevo afirmou que busca um reteste da média móvel exponencial de 50 dias. Esta medida deve se ajustar para a faixa de US$ 95,5 mil, região que considera como limite superior.
Ele destacou que o Bitcoin ainda não formou uma base clara de alta. Assim, a zona dos US$ 80 mil permanece como um alvo possível caso haja novas liquidações. No entanto, há quem veja mais força entre compradores. Michaël van de Poppe afirmou que o mercado demonstra “intensa pressão de compra” nos fundos recentes. Ele prevê um rompimento sustentado acima de US$ 92 mil, o que poderia levar o Bitcoin aos US$ 100 mil antes de 2026.
Entre os suportes mais importantes, o analista Daan Crypto Trades usa o nível de Fibonacci de 0,382. Este coincide com a região de US$ 84 mil, sendo o ponto que os touros precisam defender. Ele lembra que perder essa zona significaria testar novamente as mínimas de abril, quebrando a estrutura de alta de longo prazo.
Preço do Bitcoin na semana
Esses níveis técnicos ganham peso porque o mercado inicia uma das semanas mais sensíveis do ano. Esta é marcada pela reunião do FOMC. Com um corte de 0,25% amplamente esperado, os investidores tentam antecipar como o Fed equilibrará inflação ainda persistente e mercado de trabalho enfraquecendo, após cinco quedas nos últimos sete meses no payroll.
A decisão do Fed também influencia a possível formação de um “rali de Natal” para ações e criptos. Alguns analistas acreditam que cortes de juros podem empurrar ativos de risco para novas altas no fim do ano.
No entanto, outros observadores defendem cautela. Joao Wedson, da Alphractal, afirmou que o BTC pode terminar 2025 de forma lateral. Ele cita o fato de que a moeda já acumula 171 dias negativos no ano, acima da média histórica anual de 170. Mesmo assim, Timothy Peterson destacou que a sazonalidade de longo prazo costuma favorecer recuperações importantes entre dezembro e janeiro. Ele afirma que “US$ 89 mil é o novo US$ 16 mil”, em referência ao fundo de 2022.
Por fim, o comportamento dos derivativos traz sinais menos pessimistas. Dados da CryptoQuant mostram que o open interest do Bitcoin caiu para os menores níveis desde abril, indicando apatia e redução do uso de alavancagem. Esse movimento costuma anteceder oportunidades de compra, já que períodos de baixa participação tendem a marcar momentos próximos de fundos locais. 7
A queda da Estimated Leverage Ratio, que mede alavancagem total versus reservas, reforça que o mercado está menos exposto a riscos sistêmicos.


