- Binance domina 71% da liquidez e concentra poder do mercado
- Stablecoins migram do mercado à vista para derivativos em 2025
- Liquidez elevada não reacende hype nem impulsiona novas máximas do BTC
A Binance encerrou 2025 com domínio expressivo sobre a liquidez global de stablecoins, consolidando 71% de todos os depósitos do setor. Esse avanço reforça a centralização do mercado em uma única plataforma, mesmo após meses de volatilidade.
O movimento ganhou força com as entradas volumosas ao longo do ano, elevando o saldo total das exchanges para próximo de US$ 69 bilhões, um dos maiores níveis já registrados. Assim, o mercado inicia 2026 sob forte concentração e atenção redobrada dos analistas.
Domínio crescente e distância ampliada entre as corretoras
Ao longo do ano, a Binance manteve uma posição confortável como o maior repositório de stablecoins entre as plataformas centralizadas. Hoje, suas reservas ultrapassam US$ 49 bilhões, valor muito superior ao de concorrentes como a OKX, que opera com um volume cerca de cinco vezes menor. Além disso, as três maiores corretoras somam 94% da liquidez global, o que reforça a concentração desse mercado.
Mesmo com saídas expressivas no fim do ano, quando US$ 2 bilhões deixaram a Binance, o saldo total permaneceu próximo ao pico histórico de novembro. Naquele mês, a plataforma chegou a deter mais de US$ 51 bilhões em stablecoins. Por outro lado, a Bybit registrou o maior volume de retiradas, também com US$ 2 bilhões, sinalizando ajustes entre investidores institucionais.

Mudanças no fluxo e impacto no mercado à vista
Os depósitos seguem elevados, mas o mercado atua com cautela. A negociação diária permanece fraca devido ao feriado e ao sentimento ainda reduzido, enquanto baleias continuam acumulando BTC de forma gradual. Assim, o acúmulo de stablecoins não reacende o hype nem impulsiona o preço do Bitcoin para novas máximas.
Os dados mostram um deslocamento claro entre mercados. As stablecoins migraram do mercado à vista para o de derivativos, que agora detém US$ 64 bilhões, mesmo após registrar um pico acima de US$ 68 bilhões em novembro. Já as reservas à vista recuaram de US$ 5,7 bilhões para apenas US$ 1,3 bilhão, segundo números da CryptoQuant.

Apesar da ampla liquidez disponível, o poder de compra ainda não entrou em ação. Investidores esperam melhores condições para abrir posições, pois as liquidações pressionam operações compradas e vendidas. A emissão de stablecoins também deixou de ser um indicador direto de alta para o Bitcoin, como ocorria em ciclos anteriores. Em 2025, o recorde de oferta atende a diversos casos de uso, e o aumento não garante compras no mercado.

