- DeFi pode atingir US$ 2 trilhões até 2028
- Stablecoins impulsionam liquidez e inovação global
- Europa e Singapura lideram regulação cripto
O Standard Chartered projetou um cenário de rápida transformação para o setor financeiro global. Segundo o banco, os ativos do mundo real tokenizados (RWA) podem ultrapassar US$ 2 trilhões até 2028, impulsionados por um novo ciclo de liquidez e inovação que se reforça a cada avanço tecnológico.
O relatório destaca que as finanças descentralizadas (DeFi) estão emergindo como um verdadeiro contraponto aos sistemas tradicionais (TradFi), oferecendo transparência, acessibilidade e confiança no código, sem depender de intermediários centrais. Esse movimento, segundo os analistas, marca uma das maiores transições da história das finanças modernas.
DeFi desafia o modelo financeiro tradicional
De acordo com o Standard Chartered, a ascensão das stablecoins em 2025 foi o principal catalisador desse crescimento. Elas levaram o blockchain para além do nicho das criptomoedas, tornando-se parte da infraestrutura essencial de pagamentos. Atualmente, o valor de mercado das stablecoins gira em torno de US$ 308 bilhões, com destaque para o USDT da Tether (US$ 183,39 bilhões) e o USDC da Circle (US$ 75,82 bilhões).
Outras stablecoins também ganharam força, como o USDe da Ethena, o USDS da Sky Dollar e o DAI, que somam juntos quase US$ 20 bilhões. Segundo o relatório, essa expansão criou liquidez on-chain suficiente para sustentar empréstimos, financiamentos e investimentos, aproximando o DeFi dos mecanismos tradicionais de crédito.
O chefe de pesquisa de ativos digitais do banco, Geoff Kendrick, afirmou que a liquidez no ecossistema criou um efeito de volante, permitindo que novos produtos atraíssem mais capital e aumentassem a competitividade do setor. Esse fenômeno, diz ele, pode tornar o DeFi uma força dominante no sistema financeiro global.
Regulação e o papel das economias líderes
O Standard Chartered ressaltou que a incerteza regulatória nos Estados Unidos ainda representa um desafio. Caso as regras para ativos digitais não sejam definidas até as eleições de 2026, o ímpeto do mercado pode enfraquecer.
Por outro lado, regiões como Europa, Reino Unido e Singapura estão na frente. A União Europeia, por exemplo, já aplica o regulamento de mercados de criptoativos (MiCA), que unificou a legislação do bloco e deu licenças a quase 40 provedores de criptoativos desde 2024.
Em Singapura, a adoção é ainda mais expressiva, 24% da população já possui criptoativos, o dobro do índice anterior. Essa clareza regulatória, afirma o banco, estimula a inovação e atrai investimentos globais.
O estudo conclui que a linha entre DeFi e TradFi tende a desaparecer, à medida que ativos como títulos corporativos e imóveis são tokenizados. Para o Standard Chartered, a integração desses mercados poderá reestruturar o sistema financeiro global, avaliado hoje em US$ 100 trilhões, com transações automatizadas e liquidações 24 horas por dia.

 
			


 
		 
		