- Medo extremo por 14 dias seguidos no Crypto Fear & Greed Index, com pontuação em 20/100.
- Bitcoin a US$ 88.650, cerca de 30% abaixo do recorde histórico de US$ 126.080.
- ETFs de Bitcoin nos EUA captam US$ 25 bilhões em 2025, apesar do pessimismo do varejo cripto.
O mercado de criptomoedas mantém um clima de medo extremo há duas semanas consecutivas.
Isso ocorre mesmo com o Bitcoin negociado muito acima dos níveis vistos no colapso da FTX, em 2022.
Índice de medo atinge nível inferior ao da crise da FTX
O Crypto Fear & Greed Index caiu para 20 pontos em 100 no dia 26 de dezembro, com isso, o indicador completa 14 dias seguidos na zona de medo extremo.

Além disso, trata-se de um dos períodos mais longos nesse patamar desde o lançamento do índice, em 2018. Curiosamente, o nível atual é inferior ao registrado em novembro de 2022, durante o choque da FTX.
Naquela ocasião, o Bitcoin caiu para próximo de US$ 16 mil, hoje, porém, a criptomoeda opera em torno de US$ 88.650, segundo dados do CoinGecko.
Entretanto, o sentimento negativo se intensificou desde outubro, naquele mês, temores sobre tarifas entre EUA e China apagaram quase US$ 500 bilhões do mercado cripto.
Juros, retração do varejo e queda no interesse online
Outro fator de pressão envolve a política monetária dos Estados Unidos, há, portanto, receio de que o Federal Reserve pause cortes de juros no início de 2026.
Segundo Jeff Mei, COO da exchange BTSE, o Bitcoin pode cair para US$ 70 mil caso os juros permaneçam estáveis.
“Se o Fed mantiver as taxas, o mercado pode testar níveis mais baixos”, alertou o executivo.
Além disso, o interesse do público diminuiu de forma significativa. Dados da Alphractal mostram queda em buscas no Google, visualizações na Wikipédia e discussões em fóruns.
Segundo a plataforma, “em dezembro de 2025, investidores de varejo parecem desmotivados e ausentes”. Por isso, o volume social voltou a patamares típicos de mercados de baixa.
ETFs sustentam o mercado enquanto varejo cripto recua
Para Matt Hougan, CIO da Bitwise, o pessimismo parte do chamado varejo cripto nativo, esse grupo, segundo ele, foi afetado pela FTX, pelas memecoins e pela ausência de uma altseason.
“Eles simplesmente decidiram ficar de fora”, explicou Hougan.
Por outro lado, o varejo tradicional segue ativo, segundo o executivo, investidores comuns estão entrando no setor por meio de produtos regulados. Como resultado, os ETFs de Bitcoin nos EUA já atraíram mais de US$ 25 bilhões em 2025. Isso ocorre, inclusive, com o BTC acumulando queda de 5% no ano.
Mercado dividido entre varejo e instituições
O contraste entre preço elevado e sentimento deprimido chama atenção, por um lado, o varejo cripto permanece cauteloso e distante, por outro, o capital institucional sustenta o mercado por meio dos ETFs.
Portanto, o cenário aponta para um mercado dividido, no qual confiança e preço seguem em direções opostas.


