- CoinGecko aponta que Bitcoin pode ter encerrado ciclo cedo.
- Analistas dividem opiniões entre correção temporária e topo final.
- Halving perde força enquanto ETFs e adoção institucional ganham destaque.
A plataforma CoinGecko afirmou em um relatório de 28 de agosto que o Bitcoin pode ter alcançado o topo deste ciclo antes do esperado.
O estudo aponta que, ao atingir o recorde histórico de US$ 124.128 em meados de agosto, a criptomoeda respeitou a média de tempo entre halving e máximas dos ciclos anteriores.
No entanto, esse comportamento teria encerrado o movimento cerca de 68 dias antes do pico registrado em 2021, quando o ativo chegou a US$ 69.044.
Historicamente, o Bitcoin costuma atingir máximas de ciclo entre 12 e 18 meses após os halvings.
Em 2013, a criptomoeda precisou de 368 dias para saltar de US$ 12 a US$ 1.127. Em 2017, o pico de US$ 19.665 ocorreu 525 dias após o halving.
Já em 2021, o topo de US$ 69.044 levou 549 dias.
A diferença em 2025 surpreende porque, pela primeira vez, o mercado registrou uma máxima antes do halving, quando o ativo disparou a US$ 73.581 em março de 2024.
Bitcoin não vai mais subir
Mesmo assim, alguns analistas não veem esse movimento como o fim do ciclo da criptomoeda. Julio Moreno, chefe de pesquisa da CryptoQuant, disse que os indicadores sugerem mais uma correção do que um topo definitivo.
Ele destacou que o MVRV Z-score ainda não aponta sobrevalorização extrema, mas mostra falta de impulso positivo.
De acordo com ele, as carteiras de baleias continuam crescendo, sinalizando que a demanda se mantém forte e que o mercado pode estar apenas em uma pausa temporária.
Outros especialistas reforçam essa visão cautelosa.
Ruan Chow, da Solv Protocol, afirmou que o ciclo pode se estender até o quarto trimestre caso haja flexibilização monetária nos Estados Unidos ou melhora na liquidez do dólar.
Sem esse apoio, o pico de agosto poderia, de fato, se consolidar como o ponto mais alto deste ciclo.
Além disso, cresce a discussão sobre o fim da relevância dos ciclos de quatro anos do Bitcoin.
O CEO da CryptoQuant, Ki Young Ju, argumenta que o comportamento mudou porque os grandes investidores já não vendem no varejo como antes.
Agora, eles transferem moedas entre detentores de longo prazo, o que enfraquece os padrões tradicionais.
Já o CIO da Bitwise, Matt Hougan, acrescenta que fatores como a entrada institucional, a expansão dos ETFs e os avanços regulatórios têm mais peso hoje do que o simples impacto dos halvings.