A extinta exchange de criptomoedas FTX, que enfrentou um colapso dramático no final de 2022, está dando passos significativos em sua tentativa de reestruturação. Em um comunicado oficial recente, a FTX anunciou que o seu plano de reorganização alterado recebeu um apoio esmagador dos credores com direito a voto. De acordo com um relatório preliminar, mais de 95% dos credores votaram a favor do plano, representando 99% das reivindicações por valor.
Esse alto índice de aprovação é um indicativo forte de que o plano provavelmente será aprovado conforme as leis de falência dos Estados Unidos. O plano de reorganização, que deve ser finalizado até 7 de outubro, propõe compensar integralmente os credores não governamentais, pagando 100% dos pedidos de falência, acrescidos de juros.
John Ray III, diretor de reestruturação e CEO da FTX, destacou a complexidade do processo e a estrutura inovadora do plano, que busca resolver disputas entre diversas partes interessadas, tanto governamentais quanto privadas. A proposta de reorganização busca trazer um desfecho positivo para um dos casos de falência mais complicados no mundo das criptomoedas.
FTX
No entanto, nem todos os credores estão completamente satisfeitos com o plano proposto. Alguns clientes da FTX expressaram preocupações específicas, especialmente em relação à forma como suas participações em criptomoedas foram avaliadas. Sunil Kavuri, um defensor dos clientes, liderou a objeção, argumentando que o reembolso em dinheiro poderia criar um evento tributável, resultando em encargos financeiros adicionais para os clientes.
Essas preocupações não são novas. Em 7 de junho, alguns credores já haviam levantado objeções ao plano inicial de pagamento, questionando se os ativos dos clientes deveriam ser distribuídos em dinheiro ou em criptomoedas. A FTX, em resposta, buscou coletar votos dos credores sobre o plano de liquidação, com o objetivo de encerrar os pagamentos e compensar os clientes da maneira mais justa possível.
O processo de reestruturação da FTX tem sido repleto de desafios, não apenas pela complexidade financeira, mas também pelos numerosos obstáculos legais. O fundador e ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, foi condenado a 25 anos de prisão e multado em US$ 11 bilhões por fraude financeira. Além disso, a FTX e sua afiliada, Alameda Research, chegaram a um acordo com a Commodity Futures Trading Commission (CFTC), no qual se comprometeram a pagar US$ 12,7 bilhões aos credores.