- Ethereum enfrenta escassez histórica e liquidez em queda
- Fundos e staking drenam oferta e elevam pressão
- Investidores esperam reprecificação com possível alta em 2026
O Ethereum vive um momento de tensão crescente. Analistas alertam que a liquidez da segunda maior criptomoeda do mundo está se esgotando em ritmo acelerado, impulsionando o risco de um mercado travado. A escassez de tokens disponíveis cria uma pressão inédita sobre a rede e preocupa investidores institucionais.
Esse fenômeno, apelidado de “apagão de liquidez”, reflete a quantidade crescente de ETH bloqueada em staking, ETFs e carteiras inativas. Com a oferta em queda constante, especialistas acreditam que o comportamento do mercado pode mudar drasticamente em 2026, abrindo espaço para movimentos explosivos de preço.
Quase metade do Ether saiu de circulação
Atualmente, quase metade de todo o Ether existente desapareceu da circulação ativa. Uma parte expressiva está travada em contratos de staking, outra em ETFs e o restante em carteiras inativas, que raramente se movem. Dados do agregador Taylor.eth mostram que cerca de um terço do suprimento total está bloqueado em contratos de validação. Esses validadores enfrentam atrasos de semanas para retirar fundos, o que reduz a disponibilidade imediata do ativo no mercado.
Ao mesmo tempo, uma fatia considerável está armazenada em tesourarias descentralizadas ou carteiras frias, sem movimentação há anos. O estrategista Crypto Gucci descreveu a situação como um “ponto de estrangulamento triplo”, no qual staking, acumulação de ETFs e armazenamento a longo prazo drenam a liquidez simultaneamente. Segundo ele, se a demanda institucional aumentar de forma súbita, o preço do ETH pode disparar verticalmente.
Esse interesse já aparece nos números. A Ark Investments revelou que os fundos de Ethereum negociados em bolsa (ETFs) nos Estados Unidos já absorveram mais de 6,8 milhões de ETH, avaliados em cerca de US$ 28 bilhões.
Empresas ampliam controle e investidores fogem das corretoras
Empresas de capital aberto também reforçam suas posições. Estimativas indicam que elas detêm mais de 12% de todo o fornecimento de Ethereum. A Bitmine, liderada por Tom Lee, ampliou sua participação para US$ 12 bilhões, com a meta de controlar 5% dos tokens em circulação.
Enquanto isso, as plataformas centralizadas veem suas reservas diminuírem rapidamente. O CryptoQuant aponta que os saldos de Ethereum na Binance atingiram o nível mais baixo desde maio. Essa fuga indica que investidores preferem guardar suas moedas em carteiras privadas ou pools de staking, reduzindo ainda mais a oferta disponível.
Historicamente, esse padrão de retirada de exchanges costuma anteceder grandes movimentos de alta, pois a escassez se combina com o otimismo do mercado.
O investidor Ted Pillows acredita que o Ethereum está subvalorizado frente aos indicadores macroeconômicos. Ele prevê uma fase de reprecificação, que poderia levar o preço para US$ 8.000 a US$ 10.000 no próximo ciclo.
Mesmo assim, parte dos traders mantém cautela. Alguns enxergam a narrativa do “vácuo de oferta” como um discurso reciclado, lembrando que o Ethereum ainda não conseguiu romper com força seu topo anterior, o que mantém o equilíbrio entre o medo e a esperança dos investidores.