O mercado de stablecoins atingiu a impressionante marca de US$ 172 bilhões em outubro de 2023. No entanto, especialistas apontam que o Regulamento de Mercados de Criptoativos (MiCA) da União Europeia pode causar uma fragmentação significativa no setor. A regulamentação impõe regras rigorosas, o que pode limitar o acesso a stablecoins lastreadas em dólar, especialmente em território europeu.
O MiCA tem como objetivo proporcionar mais segurança e transparência no mercado de criptoativos, mas algumas das suas diretrizes estão sendo vistas como potencialmente restritivas. Em especial, emissores de stablecoins fora da Europa podem enfrentar dificuldades para cumprir todas as exigências impostas pelo regulamento. Isso inclui desde políticas rigorosas de combate à lavagem de dinheiro (AML) até a gestão de riscos, incidentes de segurança e proteção de dados.
Impacto direto das novas regulamentações no mercado de stablecoins
O MiCA exige que emissores de stablecoins sigam diretrizes rígidas para garantir a conformidade com as políticas de combate à lavagem de dinheiro (AML). Além disso, a regulamentação impõe regras sobre a custódia, segurança e proteção dos ativos de reserva. Segundo Martin Bruncko, CEO da Schuman Financial, esses requisitos não são negociáveis para empresas que pretendem operar na União Europeia.
A regulamentação já começou a impactar grandes players do mercado, como a Coinbase, que retirou a stablecoin USDT da Tether de sua lista de ativos disponíveis na União Europeia. Empresas que não se adaptarem às regras do MiCA serão forçadas a deixar de atuar na região, o que pode fragmentar o mercado e reduzir a disponibilidade de stablecoins lastreadas em dólar.
Fragmentação Bilionária à Vista?
A fragmentação do mercado de stablecoins pode gerar uma redução nos volumes transacionados em bilhões de dólares, prejudicando empresas que dependem desse ativo para liquidações rápidas e seguras. A União Europeia, ao implementar o MiCA, busca proteger o mercado, mas a consequência pode ser uma concentração de stablecoins regionais, enquanto emissores globais recuam. Isso cria incertezas sobre a liquidez e a acessibilidade desses ativos em toda a Europa.
Com as novas exigências, o futuro das stablecoins na Europa permanece incerto, mas especialistas acreditam que haverá uma transição forçada para stablecoins mais regionais, ou para empresas que já conseguem cumprir as rígidas exigências do MiCA. A fragmentação do mercado já preocupa os analistas, que veem no horizonte um mercado dividido e com menos opções para os consumidores europeus.