- Empresas globais acumulam mais de US$ 100 bilhões em cripto
- Strategy Inc. lidera corrida corporativa com Bitcoin bilionário
- Nakamoto Holdings e Trump impulsionam tesourarias digitais em expansão
O mercado de criptomoedas atingiu um marco histórico. Empresas globais agora controlam mais de US$ 100 bilhões em ativos digitais, consolidando o espaço das moedas virtuais dentro do mundo corporativo. O movimento ganhou força após a aprovação dos ETFs de Bitcoin à vista pela SEC em janeiro de 2024, que mudou a visão de Wall Street sobre as criptomoedas.
De acordo com o portal Bitcoin Treasuries.net, 152 empresas de capital aberto já possuem mais de 950 mil Bitcoins, avaliados em mais de US$ 110 bilhões. O fenômeno mostra que o setor deixou de ser nicho e passou a ser uma estratégia financeira global.
Adoção acelerada pelas grandes empresas no mercado
A motivação varia entre as companhias. Algumas buscam diversificação de balanços e proteção contra inflação, enquanto outras enxergam nas criptomoedas uma forma de impulsionar o valor das ações. Essa tendência ganhou força em 2024 e se espalhou de forma “contagiosa”, segundo Nathan McCauley, CEO do banco Anchorage Digital.
Entre os destaques, a Nakamoto Holdings surgiu no mercado após fusão via SPAC com a KindlyMD. Antes do anúncio, a empresa valia menos de US$ 2 por ação. Hoje, seu papel na Nasdaq, listado como NAKA, ultrapassa US$ 12, com valor de mercado superior a US$ 91 milhões. Além disso, a companhia levantou US$ 200 milhões em títulos conversíveis para novas compras de Bitcoin.
Outra aposta forte vem da World Liberty Financial, apoiada pela família Trump. A empresa anunciou um fundo de US$ 1,5 bilhão baseado em seu token WLFI, além de reservas bilionárias já acumuladas em Bitcoin.
Strategy lidera a corrida por criptomoedas
A grande referência corporativa, no entanto, continua sendo a Strategy Inc., de Michael Saylor, antiga MicroStrategy. A companhia acumula Bitcoin avaliado em cerca de US$ 73 bilhões, com capitalização de mercado de US$ 95 bilhões. Suas ações são negociadas com prêmio de 25% em relação ao valor de suas reservas digitais.
O modelo adotado pela Strategy, com uso de notas conversíveis e ações preferenciais, inspirou dezenas de empresas. Agora, não apenas o Bitcoin, mas também Ether e Solana aparecem nos balanços corporativos.
Somente em 2025, as companhias arrecadaram mais de US$ 98 bilhões para novas compras de criptomoedas. Outras 139 empresas já prometeram mais US$ 59 bilhões, segundo a Architect Partners. Bancos como o Morgan Stanley participam ativamente da intermediação dessas ofertas e faturam milhões em taxas de subscrição.
O efeito dominó já chegou aos serviços de custódia. A BitGo, sediada na Califórnia, assinou mais de 20 novos contratos de custódia com corporações interessadas em tesourarias digitais. Para Adam Sporn, diretor de vendas institucionais da empresa, esse segmento já representa uma fatia relevante do negócio e deve ganhar ainda mais força.
Porém, no ritmo atual, as tesourarias corporativas em criptomoedas tendem a se tornar um dos principais motores de valorização do mercado digital, consolidando o papel das instituições na nova economia descentralizada.