- Liquidez concentrada: mais de US$ 42 bilhões em volumes de spot e derivativos na Binance.
- Kaiko aponta risco de disrupções caso a exchange enfrente choques legais ou técnicos.
- Episódio de outubro apagou US$ 19 bilhões e expôs fragilidades da centralização.
A concentração de liquidez na Binance voltou ao centro do debate.
Um relatório da Kaiko alerta que o domínio da exchange cria riscos estruturais e operacionais para todo o mercado cripto.
Kaiko alerta para risco de concentração no mercado
A Kaiko destacou que a liquidez global migra para poucas exchanges. Além disso, o estudo afirma que a dependência da Binance aumenta a chance de rupturas em momentos de estresse. Hoje, a plataforma lidera com US$ 15,3 bilhões em volume spot e US$ 27 bilhões em open interest.
O relatório lembra que a Binance opera sem licença MiCA na Europa. Além disso, já foi condenada nos EUA por falhas no combate à lavagem de dinheiro. A Kaiko afirma que isso cria “riscos estruturais, operacionais e legais para todo o setor”.
Em outubro, o mercado sofreu uma liquidação recorde de US$ 19 bilhões. Durante o episódio, traders relataram falhas de acesso na Binance e fortes distorções de preço. Embora a empresa tenha prometido compensações, o evento reforçou preocupações sobre a centralização.
Após o colapso da FTX, em 2022, a história mostrou como a queda de uma grande exchange pode provocar ondas de choque. Por isso, a Kaiko aponta que qualquer interrupção técnica ou legal na Binance pode desencadear movimentos bruscos e amplos.
Binance enfrenta desafios regulatórios, mas amplia presença global
A empresa já passou por turbulências significativas. Em 2023, Changpeng Zhao admitiu violações à Bank Secrecy Act. Além disso, a Binance aceitou pagar US$ 4,3 bilhões em penalidades. Apesar disso, a exchange tenta reforçar sua imagem de conformidade.
Hoje, a empresa possui quase duas dezenas de licenças internacionais. Recentemente, conquistou uma autorização no Abu Dhabi Global Market. Entretanto, especialistas afirmam que a operação segue vulnerável enquanto não houver um marco regulatório global claro.
Para Ki Young Ju, CEO da CryptoQuant, o papel da Binance no início do setor explica parte dos desafios atuais.
“Quando nada existe, não há o que regular — e pioneiros precisam encontrar seu próprio caminho”, afirmou.
Perspectivas e impactos para o ecossistema
A concentração excessiva aumenta o risco sistêmico. Além disso, limita a competição e reduz alternativas para traders profissionais. Por isso, analistas defendem uma maior diversificação de liquidez entre exchanges centralizadas e protocolos on-chain.
O alerta da Kaiko reforça a necessidade de amadurecimento regulatório e diversificação de liquidez no ecossistema cripto.
A Binance segue líder global, mas o peso dessa liderança expõe fragilidades que podem ameaçar todo o mercado em momentos críticos.

