- MARA anuncia emissão de US$ 2 bi para comprar Bitcoin.
- Estratégia da mineradora segue modelo da MicroStrategy.
- Ações caem, mas empresa aposta no longo prazo.
A MARA Holdings anunciou um plano ambicioso para ampliar sua posição no mercado de Bitcoin. A empresa pretende levantar até US$ 2 bilhões por meio de uma nova oferta de ações.
O movimento reforça a estratégia agressiva da mineradora, que já figura entre as maiores detentoras de BTC do setor privado. O plano aparece em um documento apresentado à SEC no dia 28 de março.
Nele, a antiga Marathon Digital detalha o acordo com gigantes como Cantor Fitzgerald e Barclays para coordenar a emissão das ações “de tempos em tempos”. A empresa afirma que utilizará os recursos para fins corporativos gerais, com foco na aquisição de Bitcoin e no fortalecimento do capital de giro.
Estratégia espelha movimento da MicroStrategy
Fred Thiel, CEO da MARA Holdings, já havia sinalizado essa estratégia em julho do ano passado. Na ocasião, ele destacou que a empresa manteria todos os Bitcoins minerados e buscaria expandir ainda mais seu estoque. Diferente de outras mineradoras, a MARA não pretende vender seus ativos para cobrir custos operacionais.
Hoje, a companhia ocupa o segundo lugar entre as empresas públicas com maior volume de BTC em caixa. Segundo dados do Bitbo, ela detém 46.374 Bitcoins, avaliados em cerca de US$ 3,9 bilhões.
Além disso, a estratégia se assemelha à adotada por Michael Saylor, fundador da MicroStrategy, que transformou sua empresa em um verdadeiro cofre digital.
Nova emissão reforça aposta no longo prazo
Essa nova oferta de ações segue o mesmo caminho de iniciativas anteriores. No início de 2024, a MARA já havia colocado no mercado uma oferta de até US$ 1,5 bilhão. Em novembro, emitiu US$ 1 bilhão em notas seniores conversíveis, também com foco na compra de Bitcoin.
Apesar da visão de longo prazo, o mercado reagiu com cautela. Além disso, as ações da empresa encerraram o pregão de 28 de março com queda de 8,58%, cotadas a US$ 12,47. Dois dias depois, nos negócios após o fechamento, caíram mais 4,6%, segundo a Robinhood.
O recuo acompanha o clima instável no setor de tecnologia e mineração. Na mesma semana, relatos sobre a desistência da Microsoft em construir novos data centers nos EUA e na Europa abalaram o otimismo dos investidores.
Mesmo com a volatilidade, a MARA mantém firme seu plano de expansão. Além disso, a companhia aposta na valorização do Bitcoin como ativo estratégico e vê a reserva de criptoativos como proteção contra incertezas macroeconômicas e inflação.
Ainda mais, se o mercado seguir aquecido, a mineradora pode dobrar sua presença no setor e consolidar sua posição entre os grandes nomes da nova economia digital.