A ascensão de mempools privados e construtores de blocos no Ethereum (ETH) está gerando debates intensos sobre as vantagens de frontrunning e a equidade do trading descentralizado. Recentemente, uma porcentagem crescente de blocos Ethereum tem sido construída especificamente para conter transações selecionadas, levantando preocupações sobre a justiça e a transparência no mercado de criptomoedas.
Mempools são espaços onde as transações aguardam para serem incluídas em um bloco. Tradicionalmente, esses mempools são públicos, permitindo que qualquer pessoa veja e interaja com as transações pendentes. No entanto, os mempools privados permitem que transações sejam ocultadas do público até serem confirmadas, criando uma vantagem significativa para aqueles com acesso a essas informações.
Com o mercado de alta de 2024 e o retorno da negociação descentralizada (DEX), a tendência de mempools privados no Ethereum acelerou. Em julho, as chamadas transações privadas ou blocos selecionados privadamente representavam até 30% de todo o tráfego do Ethereum. Essa prática tem sido justificada por otimizações e ferramentas para economizar em taxas, mas também levanta questões sobre a integridade do sistema.
Ethereum
Os mempools privados podem ser benéficos para evitar ataques MEV (Miner Extractable Value) e frontrunning, onde bots antecipam e lucram com as transações de outros usuários. Ao compor transações em blocos privados, é possível evitar o escrutínio desses bots, proporcionando uma experiência de negociação mais justa e eficiente. No entanto, essa prática também pode prejudicar a transparência e a descentralização, pilares fundamentais do blockchain.
A ascensão dos mempools privados e dos construtores de blocos está transformando a dinâmica do mercado de Ethereum. Construtores de blocos, como Beaverbuild, Titan e Rsync Builder, estão dominando a produção de blocos privados, com Beaverbuild liderando com 41,3% dos blocos seletivos. Esses construtores competem entre si para otimizar as transações e evitar ataques, mas também criam um ambiente onde a vantagem competitiva pode ser desproporcional.
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Outras redes, como Solana, também enfrentaram desafios semelhantes com a reorganização de transações. A presença de ferramentas de frontrunning e o surgimento de Ordinals e tokens baseados em Bitcoin mostram que o problema não é exclusivo do Ethereum. No entanto, a transparência do mempool do Ethereum ainda é considerada uma vantagem em relação a redes mais centralizadas.
O uso de mempools privados está crescendo rapidamente, passando de 5-10% para mais de 30% das transações desde o início de 2024. Com a introdução de novas tecnologias de otimização, como o MetaMask, a tendência parece destinada a continuar. A competição entre os construtores de blocos e a necessidade de evitar ataques MEV estão impulsionando essa mudança, mas a comunidade de criptomoedas continua dividida sobre os benefícios e as implicações dessa prática.
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