- Analistas veem pessimismo extremo como sinal de fundo do mercado
- Expansão de liquidez pode impulsionar nova alta do Bitcoin
- Bitcoin segue pressionado entre medo macro e otimismo institucional
O mercado de criptomoedas enfrenta mais um momento de forte tensão. O Bitcoin caiu brevemente abaixo de US$ 100 mil, acendendo o alerta entre investidores e analistas. Desde o início do verão, a maior criptomoeda do mundo não chegava a patamares tão baixos, e o movimento reacendeu temores de um colapso mais amplo.
Apesar da turbulência, vozes influentes do setor enxergam o cenário de forma diferente. Para muitos especialistas, esse momento pode representar o ponto de virada que antecede uma nova valorização expressiva do Bitcoin. O diretor de investimentos da Bitwise, Matt Hougan, afirmou à CNBC que o mercado vive uma “exaustão emocional, não uma fraqueza fundamental“. Segundo ele, a maioria dos pequenos investidores já abandonou as posições após semanas de liquidações.
Sinais de fundo e otimismo institucional
De acordo com Hougan, esse comportamento é típico dos momentos de fundo do mercado. “Sempre que o varejo desiste, mas o dinheiro institucional permanece curioso, há oportunidade à vista“, destacou. Ele lembrou que, mesmo com a recente correção, o Bitcoin ainda supera a maioria dos ativos tradicionais em desempenho anual.
O executivo da Bitwise acredita que grandes compradores voltarão ao mercado quando os preços se estabilizarem, projetando o Bitcoin acima de seu recorde histórico até o fim do ano, possivelmente entre US$ 125.000 e US$ 130.000. Essa confiança contrasta com o sentimento predominante de medo, mas encontra apoio em fundamentos macroeconômicos mais amplos.
O ex-presidente da BitMEX, Arthur Hayes, compartilha esse otimismo, embora por razões diferentes. Em um ensaio recente, ele argumentou que o aumento da dívida dos Estados Unidos força o Federal Reserve a expandir seu balanço de forma disfarçada, criando o que chamou de “afrouxamento quantitativo silencioso”.
Liquidez global e nova tendência de alta
Hayes explicou que essa expansão de liquidez tende a beneficiar ativos de risco, como o Bitcoin.
“Enquanto o dinheiro fluir, os ativos digitais se valorizam”, escreveu.
Para ele, o próximo rali será movido menos pela especulação e mais pela política monetária americana.
No entanto, nem todos compartilham essa visão otimista. A The Kobeissi Letter aponta que o Bitcoin entrou oficialmente em mercado de baixa, com queda superior a 20% desde o pico de outubro. Mesmo após recuperar o patamar de US$ 102.000, o clima permanece tenso. O investidor Ted Pillows alertou que, se o Bitcoin perder o nível psicológico dos US$ 100.000, a volatilidade pode disparar novamente.

Por enquanto, o Bitcoin segue pressionado entre o pessimismo macroeconômico e a fé de longo prazo. Para os analistas, esta pode ser uma fase de “reinicialização” necessária, preparando o terreno para a próxima onda de valorização. Resta saber se a narrativa da escassez digital resistirá a mais uma rodada de medo e incerteza nos mercados globais.

