- Liquidações bilionárias ampliam pressão e empurram Bitcoin para baixo
- Dólar forte e ETFs agravam cenário para criptomoedas
- Analistas veem possível teste do suporte em US$ 100 mil
O Bitcoin caiu mais de 3% nas últimas 24 horas, sendo cotado a US$ 104.110 nesta segunda-feira. A queda reflete fatores macroeconômicos e técnicos que continuam pressionando o mercado.

O movimento ocorre em meio a uma onda de liquidações de US$ 1,3 bilhão em posições alavancadas, causada pela força do dólar americano e pela cautela dos investidores diante da divulgação de novos dados econômicos nos Estados Unidos.
O índice do dólar (DXY) subiu 0,2% no dia, alcançando 99,886, seu maior nível em quase três meses. Esse fortalecimento reduz o apetite por ativos de risco como o Bitcoin, pois os investidores migram para ativos em dólar com rendimento real positivo.
Dólar forte e cautela antes de dados dos EUA agravam cenário
A recente postura do Federal Reserve, ao manter um discurso agressivo sobre juros, incentivou uma rotação de capital para instrumentos mais seguros. Muitos investidores reduziram exposição ao risco antes da divulgação de dados decisivos como o ISM industrial, o PMI de serviços e o relatório de empregos (payroll), que definem as próximas diretrizes da política monetária americana.
O relatório da Universidade de Michigan sobre confiança do consumidor, também programado para esta semana, completa o conjunto de informações que podem determinar se o Fed manterá os juros altos por mais tempo.
Enquanto isso, os ETFs de Bitcoin registraram saídas de US$ 1,15 bilhão nos últimos três dias de outubro, removendo um importante mecanismo de sustentação do mercado. Esses fundos haviam atuado como absorvedores de pressão vendedora ao longo de 2024 e 2025, mas agora perderam força justamente quando os ventos macroeconômicos ficaram mais desfavoráveis.
A saída de capital institucional reforça o sinal de cautela. Analistas apontam que os investidores estão reavaliando suas posições até que os próximos dados econômicos definam o rumo das taxas de juros e, por consequência, do dólar.
Liquidações aceleram a pressão de venda e ampliam o medo
De acordo com a Coinglass, quase US$ 1,3 bilhão em posições alavancadas foram liquidadas nas últimas 24 horas, alimentando uma cascata de vendas forçadas. Cada liquidação forçou novas vendas, criando um efeito dominó que intensificou a queda.
A empresa Glassnode destacou que o Bitcoin segue abaixo do preço médio de compra dos principais investidores desde julho, o que aumenta a probabilidade de um novo teste em US$ 100.000. Essa faixa coincide com o custo de aquisição do quantil 0,8, nível técnico que historicamente serve de suporte psicológico para o mercado.
Os investidores de curto prazo, que compraram nas últimas semanas, agora acumulam perdas não realizadas, o que pode levar à capitulação. Essa fase, contudo, costuma anteceder oportunidades de acumulação para quem possui horizonte de investimento mais longo.
Se as condições atuais persistirem, o Bitcoin pode recuar cerca de 2,6% adicionais, alcançando novamente o patamar de US$ 100.000. Analistas esperam que, após esse movimento, o preço entre em faixa lateral, com o mercado buscando um novo ponto de equilíbrio entre compradores e vendedores.
A combinação entre dólar forte, saídas de ETFs e liquidações em massa cria um início de novembro desafiador para o Bitcoin. Ainda assim, O resultado dependerá dos próximos dados do mercado de trabalho dos EUA, que podem manter ou aliviar pressões.

