A Receita Federal, em parceria com a Polícia Federal, deflagrou na manhã de terça-feira (26) a operação Dólar Tai-pan. O objetivo é combater crimes como sonegação de tributos internos, lavagem de dinheiro e evasão de divisas com criptomoedas, além de operações de câmbio ilegais e fraudes no sistema financeiro nacional.
De acordo com a Receita Federal, o prejuízo estimado aos cofres públicos ultrapassa R$ 2 bilhões. Enquanto isso, a evasão de divisas chega a valores superiores a R$ 5 bilhões. Os agentes identificaram milhares de operações financeiras irregulares realizadas por pessoas físicas e jurídicas, destinadas ao envio não autorizado de capitais para países como China, Estados Unidos, Canadá, Colômbia e Paraguai.
Entre os métodos ilícitos identificados estão:
- Dólar-cabo, técnica utilizada para movimentação de valores no exterior;
- Uso de empresas de fachada e importações fictícias;
- Comercialização de criptomedas para ocultação de recursos.
Combate à lavagem de dinheiro com criptomoedas
As autoridades apuraram que os recursos movimentados incluem proventos de pirâmides financeiras, tráfico de drogas, contrabando, descaminho e caixa dois de empresas. Os investigados enviaram esses valores ao exterior por meio de um esquema que mesclava recursos lícitos e ilícitos. Na prática, o esquema permitia que empresas aparentemente regulares se beneficiassem do sistema.
Os doleiros clandestinos investigados operavam em três frentes principais:
- Venda de moeda estrangeira sem autorização do Banco Central;
- Disponibilização de recursos no exterior em moeda estrangeira;
- Troca de valores em moeda nacional.
Uma das principais origens dos recursos ilícitos era o comércio de produtos contrabandeados ou oriundos de descaminho. O esquema incluía a criação de empresas de fachada a fim de facilitar o esquema, permitindo a abertura de contas bancárias e movimentação dos doleiros com total controle.
A operação mobilizou 80 auditores e analistas da Receita Federal e 200 policiais federais. Os agentes cumpriram 38 mandados de busca e apreensão, além de 16 mandados de prisão preventiva nas cidades de São Paulo, Guarulhos, Campinas, Brasília, Vila Velha, Feira de Santana, Fortaleza, Foz do Iguaçu e Florianópolis.
Em setembro, a Polícia Federal, em conjunto com a Receita Federal, desencadeou a Operação Niflheim. O objetivo foi desarticular três grupos criminosos que atuavam no mercado de criptomoedas, suspeitos de envolvimento com lavagem de dinheiro e evasão de divisas.