Na quarta-feira, o preço do Bitcoin (BTC) permaneceu próximo a US$ 97.000, após registrar uma queda de 3,5% no dia anterior. Apesar do anúncio do assessor cripto do governo Trump, David Sacks, sobre a possibilidade de um Fundo de Reserva de Bitcoin, a criptomoeda continua mostrando sinais de fraqueza no mercado.
Além disso, um relatório da K33 Research indicou que os traders de Bitcoin na Chicago Mercantile Exchange (CME) adotaram uma postura defensiva. Assim, sugeriu que os investidores evitem alavancagem ao longo de fevereiro.
Durante a segunda-feira, o Bitcoin sofreu uma queda, chegando a US$ 91.231, mas conseguiu se recuperar e fechar acima de US$ 101.300. No entanto, mesmo com o respaldo da administração Trump em relação aos ativos digitais, a criptomoeda não conseguiu sustentar o nível de US$ 100.000 e recuou 3,52% na terça-feira.
No mesmo dia, David Sacks anunciou, durante uma conferência sobre ativos digitais, que o governo dos Estados Unidos avalia a criação de um Fundo de Reserva de Bitcoin. Além dessa possibilidade, a conferência detalhou novas diretrizes regulatórias para ativos digitais e stablecoins.
Apesar dessas notícias favoráveis ao setor cripto, a incerteza continua afetando o Bitcoin, que segue operando na faixa dos US$ 97.000.
K33 Research: Traders da CME adotam postura defensiva
O relatório “Ahead of the Curve”, divulgado pela K33 Research na terça-feira, revelou que os prêmios do BTC na CME permaneceram baixos ao longo da última semana. Além disso, o Open Interest (OI) do Bitcoin caiu para 166.475 BTC na segunda-feira, marcando o nível mais baixo desde 5 de novembro.
“A palavra de ordem para fevereiro deve ser evitar alavancagem a qualquer custo”, alertou o relatório da K33 Research. O analista Manish Chhetri reforçou essa visão, apontando que o cenário ainda é incerto. “Mesmo com um possível fundo de reserva em discussão, a volatilidade persiste devido a fatores como tarifas comerciais e instabilidade econômica mais ampla”, afirmou.
Outro fator que pode contribuir para a volatilidade é o início dos pagamentos aos credores da FTX, previsto para 18 de fevereiro. A exchange falida começará a reembolsar credores com reivindicações abaixo de US$ 50.000, especialmente nas Bahamas, com juros de 9% ao ano desde 11 de novembro de 2022. A FTX declarou falência em novembro de 2022 com uma dívida estimada em US$ 11,2 bilhões.
Agora, busca levantar até US$ 16,5 bilhões para os pagamentos, incluindo a venda de ativos e investimentos em empresas de tecnologia.
“Esse processo de reembolso pode gerar impacto significativo no mercado, pois marca um passo crucial na recuperação dos afetados pelo colapso da FTX”, avaliou Chhetri.
Previsão: Bitcoin pode testar suporte de US$ 90.000
O Bitcoin mantém uma trajetória de correção, e se a tendência de baixa continuar, poderá testar o suporte psicológico de US$ 90.000. O Índice de Força Relativa (RSI) no gráfico diário está em 43, após ser rejeitado abaixo do nível neutro de 50, apontando um forte momentum de baixa. Além disso, o indicador MACD apresentou um cruzamento de baixa na sexta-feira, sinalizando uma possível continuação da correção.
Caso o Bitcoin consiga se recuperar e encontrar suporte na região dos US$ 100.000, poderá tentar retestar a máxima de sexta-feira, em US$ 106.012. “Se o BTC se estabilizar acima dos US$ 100.000, os touros podem retomar o controle e tentar recuperar níveis mais altos. No entanto, o mercado segue instável e os investidores devem agir com cautela”, concluiu Chhetri.
