O preço do Bitcoin (BTC) recuou cerca de 3% nesta terça-feira (4), sendo negociado abaixo de US$ 100.000. A queda acontece após uma recuperação da mínima de US$ 91.231 registrada no dia anterior. Especialistas apontam que a escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China pode aumentar a volatilidade dos ativos de risco, incluindo o Bitcoin.
O analista Manish Chhetri alerta que os impactos das tarifas impostas pelo governo norte-americano podem influenciar significativamente o mercado de criptomoedas. “O anúncio das tarifas pelo presidente Donald Trump sobre parceiros comerciais importantes, incluindo China, Canadá e México, adicionou pressão vendedora ao mercado de criptoativos”, afirmou.
Na segunda-feira (3), o Bitcoin conseguiu se recuperar e fechar acima de US$ 101.300. Assim, o movimento positivo veio após Trump ordenar a criação do primeiro fundo soberano dos EUA, gerando otimismo entre investidores que especulam a possibilidade de o Bitcoin integrar esse novo fundo.
Bitcoin: Liquidações podem ter atingido US$ 10 bilhões
As liquidações do mercado cripto na segunda-feira podem ter sido muito maiores do que o inicialmente reportado. Assim, o CEO da Bybit, Ben Zhou, revelou que o volume real de liquidações pode ter chegado a US$ 8 bilhões ou até US$ 10 bilhões.
“O total real de liquidação é muito maior do que os US$ 2 bilhões divulgados. Pela minha estimativa, deve estar em torno de US$ 8 a 10 bilhões”, publicou Zhou em sua conta no X (antigo Twitter).
A plataforma Bybit registrou sozinha uma liquidação de US$ 2,1 bilhões nas últimas 24 horas, bem acima dos US$ 333 milhões contabilizados pela Coinglass. Desse modo, Zhou atribuiu essa discrepância às limitações de API que impedem um rastreamento completo das liquidações no mercado.
Bitcoin ainda tem espaço para correção
Apesar da recuperação parcial, a análise técnica sugere que o Bitcoin pode continuar corrigindo. O analista Manish Chhetri aponta que o BTC pode testar o suporte psicológico de US$ 90.000 caso a tendência de queda persista
. “O Índice de Força Relativa (RSI) no gráfico diário indica um forte momento de baixa, estando atualmente em 44 após ser rejeitado abaixo do nível neutro de 50”, explicou. Além disso, o indicador Moving Average Convergence Divergence (MACD) mostrou um cruzamento baixista na sexta-feira, reforçando a possibilidade de uma nova onda de quedas.
Por outro lado, caso o Bitcoin consiga encontrar suporte na região dos US$ 100.000, o ativo pode voltar a testar a máxima de US$ 106.012 registrada na última sexta-feira. “Se houver uma recuperação convincente, podemos ver um novo impulso de alta no curto prazo”, acrescentou Chhetri.