O Bitcoin (BTC) atingiu a marca de US$ 62.200 neste sábado, impulsionado pela redução na taxa de desemprego nos Estados Unidos. A criptomoeda seguiu a tendência de alta observada também no índice S&P 500 (SPX) e no Índice do Dólar Americano (DXY), em meio a um aumento no apetite ao risco por parte dos investidores.
O analista Michael Ebiekutan afirmou que a resposta do mercado ao relatório de empregos não agrícolas (NFP) dos Estados Unidos demonstra uma nova dinâmica de comportamento entre ativos tradicionais e criptomoedas.
“Estamos vendo um alinhamento raro onde tanto o dólar quanto o Bitcoin estão subindo, sinalizando que o apetite ao risco dos investidores está mais forte do que nunca”, disse Ebiekutan.
Segundo o relatório do Bureau of Labor Statistics (BLS), em setembro, a economia dos Estados Unidos criou 254.000 empregos, 107.000 a mais do que o esperado. A taxa de desemprego caiu de 4,2% para 4,1%, e o BLS revisou os números dos meses anteriores, ajustando para cima os dados de agosto e julho em 72.000 novos postos de trabalho.
Essa notícia impulsionou o Índice do Dólar, que normalmente, em um cenário de alta, gera uma correção nos mercados de ações e criptomoedas. No entanto, dessa vez, tanto o S&P 500 quanto o Bitcoin mostraram um comportamento contrário, registrando ganhos notáveis. O S&P 500 fechou acima dos 5.750 pontos, com uma alta de 0,9%, enquanto o Bitcoin subiu 2,3%, recuperando a marca de US$ 62.000.
Bitcoin
O relatório da Kobeissi Letters indicou que o mercado está com um apetite ao risco elevado, interpretando as notícias como positivas, independentemente do cenário. “O mercado está interpretando todas as notícias como boas pela primeira vez em anos”, observaram os analistas.
O comportamento recente do Bitcoin, que segue o movimento do S&P 500 em vez de ouro, sugere uma correlação crescente entre criptomoedas e ativos tradicionais. No passado, o Bitcoin era comparado ao ouro por seu caráter deflacionário e status descentralizado. Entretanto, a volatilidade da criptomoeda e sua reação semelhante às ações em relação a dados econômicos estão mudando essa visão.
Ebiekutan destacou que essa correlação crescente levanta uma questão importante: “Os investidores tradicionais estão começando a usar o Bitcoin como uma forma de exposição alavancada ao mercado de ações?” De acordo com o analista, essa nova tendência pode abrir portas para uma mudança de paradigma no modo como as criptomoedas são vistas por grandes investidores.
Dados recentes da Ecoinometrics mostram que, embora o Bitcoin se destaque em termos de retorno absoluto, o ouro continua sendo o ativo com melhor desempenho ajustado ao risco. “O Bitcoin ainda está muito à frente, apesar das dificuldades recentes, mas o crescimento constante do ouro faz dele o vencedor quando falamos de retorno ajustado ao risco”, explicou Ebiekutan.
Apesar de oscilações frequentes, o Bitcoin segue como uma opção de investimento atrativa para investidores que buscam ganhos elevados. No momento, a criptomoeda está sendo negociada em torno de US$ 62.200, consolidando sua posição em meio a um mercado com apetite crescente ao risco.
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