- Bitcoin se recupera: Investidores institucionais impulsionam alta rumo a US$ 109,5K.
- Mercado atento: Política monetária dos EUA pode influenciar volatilidade do BTC.
- Compras estratégicas: Strategy adquire mais Bitcoin, fortalecendo confiança no ativo.
Após uma semana de perdas, o Bitcoin iniciou a segunda-feira com uma leve recuperação, sendo negociado a US$ 98,5 mil. A volatilidade recente reflete incertezas sobre tarifas comerciais inflacionárias e a política monetária dos Estados Unidos. No entanto, investidores institucionais parecem estar fortalecendo a confiança na criptomoeda, o que pode impulsionar ainda mais seu preço.
O analista Manish Chhetri avalia que a recuperação do Bitcoin ocorre em meio a tensões comerciais crescentes. Além de dúvidas sobre a capacidade do Federal Reserve de cortar juros no curto prazo. “As tarifas comerciais são inflacionárias, o que significa que a meta de inflação de 2% do Fed pode se tornar ainda mais difícil de alcançar”, afirmou Chhetri.
O aumento de tarifas pelo presidente Joe Biden sobre importações de aço e alumínio para 25% e as tarifas de 10% aplicadas à China contribuem para essa pressão inflacionária.
O Federal Reserve manteve as taxas de juros entre 4,25% e 4,5% em janeiro, e seu presidente, Jerome Powell, indicou que o banco central não tem pressa para reduzi-las. “O risco é que a excepcionalidade econômica dos EUA, combinada com tarifas inflacionárias, possa significar que o Fed não corte os juros neste ano”, explicou Chhetri.
Isso pode representar um obstáculo para o Bitcoin, já que ativos de risco tendem a ter melhor desempenho em ambientes de juros mais baixos.
Bitcoin luta por recuperação
A atenção dos investidores se volta para o depoimento de Powell no Congresso e os dados de inflação dos EUA, que serão divulgados na quarta-feira. Um posicionamento cauteloso do presidente do Fed pode pressionar o preço do Bitcoin. No entanto, grandes investidores continuam comprando a criptomoeda.
“A Strategy, anteriormente conhecida como MicroStrategy, adquiriu 7.633 Bitcoins entre 3 e 9 de fevereiro, ao preço médio de US$ 97.255 cada. Assim totalizando um investimento de US$ 742,4 milhões”, revelou Chhetri. Com essa compra, a empresa agora detém 478.740 BTC, avaliados em aproximadamente US$ 46 bilhões. Desse modo, representando mais de 2,2% do fornecimento fixo da moeda digital.
Além disso, dados da CryptoQuant indicam que na semana passada ocorreu a maior saída líquida de Bitcoin das exchanges desde 2022, reduzindo a oferta nesses mercados em 3%. “Isso pode sinalizar um aumento na confiança dos investidores institucionais e dos detentores de longo prazo”, analisou Chhetri.
No aspecto técnico, o Bitcoin tem se mantido em um intervalo entre US$ 105 mil e US$ 91,5 mil desde meados de dezembro. “O preço encontrou suporte na média móvel de 100 períodos e na linha de tendência de alta, em US$ 95,5 mil, recuperando-se a partir desse nível”, explicou o analista. O Índice de Força Relativa (RSI) está neutro, sem indicar sobrecompra ou sobrevenda.
Touros x ursos
Os compradores buscam levar a criptomoeda acima da média móvel de 50 períodos, situada em US$ 99 mil, e superar o patamar psicológico de US$ 100 mil. Caso isso ocorra, o próximo alvo será US$ 105 mil, e acima desse nível, os touros tentarão alcançar US$ 109,5 mil, renovando recordes históricos.
Já os vendedores precisariam derrubar o preço abaixo do suporte em US$ 96 mil para abrir caminho para uma queda até US$ 91,5 mil. “Se esse nível for perdido, o próximo suporte relevante se encontra em US$ 85 mil”, concluiu Chhetri.