- Preço do Bitcoin testa limites após queda e recuperação instável.
- Manish Chhetri alerta para possível correção até US$ 73 mil.
- Rompimento dos US$ 85 mil pode levar a US$ 90 mil.
O Bitcoin iniciou a semana em queda, afundando para US$ 74.508 na segunda-feira, o pior nível em 2025 até agora. No entanto, após a confirmação de uma pausa de 90 dias nas tarifas anunciadas por Donald Trump, a criptomoeda reagiu e fechou a semana negociando próxima de US$ 82.500. Para o analista técnico Manish Chhetri, esse movimento ainda não define uma reversão clara e pode sinalizar dois cenários distintos.
“O Bitcoin pode estar apenas realizando um ‘dead cat bounce’”, alertou Chhetri, em referência a uma recuperação curta antes de novas quedas. “A resistência de US$ 85 mil continua firme, e a rejeição desse nível mostra que o ativo ainda sente a pressão dos ursos.”
De acordo com ele, a volatilidade da semana foi intensificada por um volume de liquidações, que somou US$ 2,18 bilhões em todo o mercado cripto. “Essas liquidações indicam um mercado fragilizado e exposto à especulação”, avaliou o especialista.
Recuperação ainda enfrenta obstáculos
Apesar da alta de 8% na quarta-feira, quando o Bitcoin tocou US$ 83.588, o preço voltou a cair 3,64% na quinta-feira, após falhar novamente em romper a linha de tendência de baixa. O analista chama atenção para o Índice de Força Relativa (RSI), que foi rejeitado no nível neutro de 50 e agora aponta para queda, com leitura de 45. “Assim, isso reforça o argumento de que a tendência de baixa pode continuar”, afirmou.
Caso o mercado siga esse padrão, o Bitcoin deve testar o próximo suporte em US$ 73.072, projetou Chhetri. No entanto, ele também considera um cenário alternativo mais otimista, no qual o ativo consiga romper a resistência e ultrapassar a média móvel exponencial de 200 dias.
“Desse modo, se o BTC fechar acima de US$ 85 mil, pode buscar os US$ 90 mil e até o topo de US$ 95 mil registrado em março”, estimou.

Fatores externos impactam o preço do Bitcoin
Além da instabilidade gerada pelas decisões do governo norte-americano, a queda na confiança institucional também pesa. Os ETFs de Bitcoin à vista nos EUA registraram saída líquida de US$ 712 milhões até quinta-feira, sinalizando desinteresse de grandes investidores. A empresa MicroStrategy, maior detentora corporativa de BTC, divulgou prejuízo não realizado de US$ 5,91 bilhões e pode precisar vender parte de suas reservas.
“Se a MicroStrategy vender, isso pode provocar uma reação em cadeia de outras empresas, o que ampliaria a pressão vendedora no mercado”, alertou Chhetri.
Por outro lado, ele reconhece alguns sinais de otimismo, como o avanço regulatório em Hong Kong e o possível enfraquecimento do Yuan, que historicamente favorece o Bitcoin como proteção cambial.
Assim, Chhetri vê o Bitcoin em um momento técnico decisivo. “O mercado está dividido entre uma retomada consistente e uma correção profunda”, afirmou.