O Bitcoin (BTC) interrompeu seu movimento de alta recente e se estabilizou acima do importante patamar psicológico de US$ 63.000, após uma valorização de 7,5% na semana anterior. A criptomoeda mostrou sinais de consolidação, enquanto dados on-chain apontam para um sentimento neutro entre os traders de Bitcoin.
Além disso, os fundos negociados em bolsa (ETFs) de Bitcoin à vista nos Estados Unidos registraram uma leve queda nos influxos semanais, o que pode indicar uma pausa no otimismo institucional em torno do ativo.
De acordo com o analista técnico Manish Chhetri, o mercado de Bitcoin enfrenta um momento decisivo. “O BTC conseguiu manter o suporte psicológico de US$ 62.000, o que é crucial para sua próxima etapa de valorização. Se continuar acima desse nível, podemos ver uma nova tentativa de alcançar a resistência diária em US$ 65.379”, disse Chhetri, destacando a importância desse patamar para definir a trajetória de curto prazo da criptomoeda.
Queda nos influxos de ETFs pode sinalizar desaceleração
Os ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos, que são vistos como uma porta de entrada para investimentos institucionais, mostraram uma leve redução nos influxos semanais. Segundo dados da Coinglass, os fundos à vista de Bitcoin tiveram uma queda de 1,66% nos investimentos, passando de US$ 403,90 milhões na segunda semana de setembro para US$ 397,20 milhões na terceira semana. Apesar dessa pequena queda, o total de ativos sob gestão (AUM) dos 11 ETFs de Bitcoin nos EUA ainda é impressionante, somando US$ 50,68 bilhões.
“A ligeira queda nos influxos dos ETFs não é necessariamente um sinal de fraqueza no mercado, mas pode indicar uma pausa natural no interesse dos grandes investidores institucionais, especialmente após o rali da semana anterior”, explicou Chhetri. Ele também enfatizou que o sentimento geral do mercado ainda é neutro, com o índice long-to-short ratio do Bitcoin em 1.0, sugerindo que os traders estão aguardando um movimento mais claro da criptomoeda antes de tomar posições significativas.
Indicadores técnicos mostram divergências
Olhando para os indicadores técnicos, o Bitcoin conseguiu romper uma linha de tendência ascendente e a média móvel exponencial de 100 dias na marca de US$ 61.000 na última quarta-feira. Esse rompimento foi seguido por um aumento de 3% nos quatro dias seguintes, mas a força da alta parece ter diminuído ao longo do fim de semana.
“O indicador MACD no gráfico diário sinaliza um cruzamento de alta, o que é um bom sinal para o BTC”, comentou Chhetri. “No entanto, os histogramas, apesar de ainda estarem em território positivo, estão diminuindo, sugerindo que o impulso de alta está perdendo força.” Ele também apontou que o Índice de Força Relativa (RSI) no gráfico diário está caindo em direção ao nível de 60, o que reflete uma redução no momentum de compra.
Se o Bitcoin mantiver o suporte de US$ 62.000, Chhetri acredita que a criptomoeda pode retestar a resistência próxima de US$ 65.000 nos próximos dias. No entanto, ele adverte que, caso o BTC perca esse suporte e caia abaixo de seu mínimo de 17 de setembro, de US$ 57.610, uma nova queda de 3% pode ocorrer, levando o preço a testar o suporte diário em torno de US$ 56.000.
Outro fator positivo para o Bitcoin é o aumento da participação dos pools de mineração dos Estados Unidos no hashrate da rede. Ki Young Ju, CEO da CryptoQuant, observou que os pools de mineração dos EUA agora gerenciam 40% da rede de Bitcoin, em comparação aos 55% controlados por pools chineses. “Esse deslocamento do hashrate para os EUA pode ser um bom sinal para o Bitcoin, já que as operações nos EUA são em grande parte impulsionadas por mineradores institucionais”, disse Ju.