- Mercado segue sem força para retomada de alta.
- Bitcoin encontra suporte, mas risco de queda permanece.
- Analistas recomendam paciência e cautela nas próximas semanas.
O mercado de criptomoedas iniciou a semana sem grandes avanços e continua em um estado de incerteza e cautela. Apesar de pequenas variações positivas, os indicadores técnicos e o contexto macroeconômico apontam que a alta ainda não deve retornar. De acordo com dados recentes, a capitalização total do setor soma US$ 3,83 trilhões, praticamente estável após uma leve alta de apenas 0,1% nas últimas 24 horas.
O índice de sentimento caiu de 38 para 34 pontos, voltando para a zona de medo. Esse recuo demonstra que os investidores continuam relutantes em assumir riscos, o que afasta novos compradores e mantém o mercado vulnerável a novas correções. “O cenário é de espera, não de retomada”, aponta a análise da plataforma K33 Research, destacando que a liquidez permanece fraca e o volume de negociações segue em queda.
O Bitcoin (BTC), principal termômetro do mercado de criptomoedas, opera próximo de US$ 112 mil, após recuar da máxima semanal de US$ 115,6 mil. A pressão vendedora permanece firme, e o ativo encontra suporte na faixa entre US$ 109 mil e US$ 110 mil, região que tem segurado o preço nas últimas semanas.
Segundo analistas técnicos, o índice de força relativa (RSI) em 42 pontos confirma o domínio dos ursos, enquanto o MACD mantém um cruzamento de baixa — sinal de que o impulso comprador enfraqueceu. Além disso, o gráfico diário mostra que o Bitcoin falhou em romper a média móvel exponencial de 50 dias, localizada em torno de US$ 115,4 mil, reforçando o viés de correção de curto prazo.
Preço do Bitcoin preso em questões políticas
O ambiente externo também não favorece o apetite ao risco. As novas tensões comerciais entre Estados Unidos e China e o prolongado fechamento do governo norte-americano aumentam a aversão a ativos voláteis. O presidente Donald Trump voltou a ameaçar o fim de acordos comerciais com Pequim, enquanto a China respondeu com novas tarifas portuárias e restrições à exportação de metais raros.
Essas disputas impactaram diretamente o mercado, com o Bitcoin caindo quase 2% na terça-feira. A crise entre Rússia e Ucrânia, agravada por ameaças de envio de mísseis norte-americanos, adiciona ainda mais incerteza. Ao mesmo tempo, o Federal Reserve mantém um discurso ambíguo sobre cortes de juros, sem indicar quando poderá aliviar a política monetária.
Apesar do clima pessimista, há sinais de consolidação. O colapso recente no mercado de derivativos eliminou alavancagens excessivas, o que pode abrir espaço para uma recuperação gradual nas próximas semanas. A K33 Research ressalta que, embora o sentimento esteja negativo, as condições estruturais melhoraram, reduzindo o risco de novas liquidações em massa.