- O projeto Worldcoin teve suas atividades suspensas temporariamente na Indonésia por descumprimento de normas regulatórias locais
- O ministério disse que uma das operadoras locais da World não possui uma licença válida exigida por lei
- Autoridades da Alemanha, do Quênia e do Brasil já demonstraram preocupação com a coleta e o armazenamento de dados sensíveis realizados pelo projeto
O projeto de identidade digital Worldcoin, criado por Sam Altman, CEO da OpenAI, enfrenta novos obstáculos regulatórios após ter suas atividades suspensas na Indonésia. A decisão partiu do Ministério das Comunicações e Informações do país, que apontou irregularidades na documentação das empresas associadas ao projeto. Essa medida reforça a preocupação do governo indonésio com o uso de dados biométricos em plataformas digitais sem conformidade legal.
Empresas locais operavam sem registro autorizado no sistema eletrônico nacional
As investigações conduzidas pelas autoridades revelaram que a empresa PT Terang Bulan Abadi, vinculada ao Worldcoin, funcionava sem o certificado exigido de Operador de Sistema Eletrônico (TDPSE). Além disso, a entidade PT Sandina Abadi Nusantara representava o projeto legalmente de forma inadequada. Esse tipo de operação viola diretamente as exigências legais que regulam os serviços digitais no país.
O Ministério afirmou que toda organização que presta serviços eletrônicos deve realizar o registro junto à autoridade competente. Quando uma empresa lida com dados biométricos, como no caso do Worldcoin, essa exigência se torna ainda mais crítica. O descumprimento pode resultar em riscos à segurança dos usuários e à integridade da rede digital nacional.
Para garantir o cumprimento das normas, o governo decidiu suspender temporariamente o funcionamento do projeto. A medida visa impedir que novas violações ocorram enquanto o caso está em apuração. O ministério também solicitou explicações formais aos representantes locais do Worldcoin, que deverão apresentar os documentos necessários e esclarecer os procedimentos adotados.
Comunidade internacional acompanha restrições que afetam avanço global do Worldcoin
A suspensão na Indonésia soma-se a uma série de medidas semelhantes adotadas por outros países. Autoridades da Alemanha, do Quênia e do Brasil já demonstraram preocupação com a coleta e o armazenamento de dados sensíveis realizados pelo projeto. A principal crítica se refere à falta de transparência sobre o uso das informações obtidas por meio do escaneamento da íris.
Nos Estados Unidos, o Worldcoin iniciou suas atividades em seis cidades no mês de maio. A iniciativa visa sobretudo expandir a adoção de identidade digital baseada em blockchain. Contudo, o episódio na Indonésia alerta para a importância da conformidade legal e da proteção aos dados dos usuários em cada território onde o projeto busca atuar.
O diretor do Kominfo, Semuel Abrijani Pangerapan, reforçou que a decisão segue critérios técnicos e legais. Ele explicou que qualquer retomada das operações dependerá da regularização completa e do alinhamento com as diretrizes locais de privacidade e segurança. A exigência de transparência se torna ainda mais essencial diante do uso crescente de dados biométricos em soluções digitais globais.