- Stablecoin XUSD perde 58% após falha em fundo
- Stream Finance suspende saques e contrata investigação
- Investidores temem colapso estrutural no ecossistema DeFi
A Stream Finance confirmou nesta terça-feira (4) que interrompeu todos os depósitos e saques após um incidente que resultou numa perda estimada de US$ 93 milhões. O episódio acendeu um alerta no mercado de finanças descentralizadas (DeFi) e derrubou o valor da stablecoin XUSD, que perdeu a paridade com o dólar.
Segundo a equipe do protocolo, o prejuízo foi causado por um gestor de fundos externo responsável pela administração dos ativos da plataforma. A Stream contratou os advogados Keith Miller e Joseph Cutler, do escritório Perkins Coie, para conduzir uma investigação independente. Enquanto a apuração não termina, todas as transações estão suspensas, incluindo depósitos pendentes.
“Estamos retirando ativamente todos os ativos líquidos e esperamos que esse processo seja concluído em breve”, afirmou o protocolo em nota oficial. A equipe também prometeu atualizações periódicas à medida que novas informações surgirem.
Stablecoin XUSD perde 58% do valor em 24 horas
O impacto foi imediato. A XUSD, token lastreado em dólar e peça central da economia da Stream, caiu 58% em 24 horas. Negociações agressivas de swaps na Arbitrum, Camelot e Uniswap derrubaram a cotação de US$ 1 para US$ 0,43, segundo dados on-chain.
A queda coincidiu com relatos de possíveis explorações em outras blockchains, como Balancer, aumentando a tensão entre investidores. Embora os incidentes pareçam não relacionados, a coincidência de horários e o colapso da XUSD geraram pânico e liquidações em cadeia.
Observadores on-chain, no entanto, não encontraram sinais diretos de exploração no código da Stream. Para eles, o movimento parece um choque de confiança, um fenômeno comum em protocolos DeFi que dependem de gestores terceirizados.
Investigação mira risco estrutural e confiança do mercado
Nas redes sociais, a crise reacendeu o debate sobre transparência e alavancagem. Um analista apontou que os dados on-chain indicavam US$ 170 milhões em ativos de lastro contra US$ 530 milhões em empréstimos, sugerindo alavancagem acima de quatro vezes.
Embora os números não tenham sido verificados de forma independente, o cenário reforça as preocupações sobre a dependência da Stream de gestores externos. O modelo, que mistura estratégias de DeFi com técnicas tradicionais de mercado, foi justamente o que impulsionou o crescimento do protocolo desde o lançamento em 2024.
Com a suspensão em vigor, a Stream encara o desafio de reconquistar a confiança dos investidores e garantir a recuperação dos fundos perdidos. Enquanto isso, a comunidade aguarda respostas concretas e o caso se consolida como um dos maiores colapsos do DeFi em 2025.
