- Traders perdem US$ 1,7 bilhão com queda brusca do Bitcoin.
- BTC cai para US$ 112 mil e liquidações se intensificam.
- Divergência com o ouro reforça cautela no mercado cripto.
O Bitcoin voltou à faixa dos US$ 112 mil nesta segunda-feira, 22 de setembro, em um movimento que sacudiu todo o mercado de criptomoedas. O recuo abrupto do maior ativo digital ocorreu após o preço romper a região de US$ 115 mil, atingindo uma mínima em torno de US$ 112,3 mil ao longo do dia.
A queda trouxe consequências pesadas para os investidores. Segundo dados da plataforma CoinGlass, o mercado cripto registrou mais de US$ 1,7 bilhão em liquidações nas últimas 24 horas, configurando a maior perda diária de 2025. Esse volume superou até mesmo os episódios recentes de volatilidade, incluindo a correção de 26 de agosto, quando o BTC perdeu o patamar de US$ 110 mil e causou liquidações de US$ 1,3 bilhão.
O recuo do Bitcoin sozinho respondeu por mais de US$ 100 milhões em liquidações de posições compradas, segundo a Glassnode. O movimento mostrou-se mais intenso nas zonas entre US$ 113 mil e US$ 114 mil, onde estavam concentrados grandes clusters de liquidez. Nessas regiões, muitos traders alavancados foram surpreendidos por chamadas de margem que ampliaram a pressão vendedora e intensificaram a volatilidade do mercado.
Embora o tom do mercado seja de cautela, alguns analistas enxergam o movimento como parte do ciclo natural de ajustes. Para George Mandres, operador da XBTO Trading, a queda representa apenas um “respiro necessário” após semanas de forte oscilação. Ainda assim, ele admitiu que cresce a preocupação entre investidores sobre a possibilidade de uma desaceleração das entradas de capital no setor.

Queda no Bitcoin
O cenário também chamou atenção pela divergência entre o Bitcoin e o ouro. Enquanto a criptomoeda caía, o metal precioso renovava máximas históricas, cotado a US$ 3.726, no maior nível em dez semanas. Essa diferença reforçou a leitura de que parte dos investidores busca ativos tradicionais de proteção, enquanto o ambiente de risco pesa sobre as criptos.
Mesmo com o tom negativo, especialistas apontam que a região de US$ 112 mil ainda funciona como suporte relevante. Caso o ativo consiga se sustentar nesse patamar, pode consolidar uma base para retomadas futuras. Por outro lado, uma perda consistente abaixo desse nível pode abrir espaço para uma nova rodada de liquidações e correções ainda mais profundas.
O episódio desta segunda-feira evidencia a fragilidade das posições alavancadas em criptomoedas, que seguem dominando o mercado e amplificando movimentos de curto prazo. Apesar da pressão atual, traders e analistas destacam que a criptomoeda continua sendo o termômetro central do setor, e seu desempenho nos próximos dias será decisivo para definir o humor dos investidores em setembro.