- Bitcoin vai cair, perde força e confirma domínio dos ursos no mercado.
- Indicadores técnicos apontam risco de novas quedas no curto prazo.
- ETF e derivativos reforçam cenário de fragilidade e cautela.
O mercado de criptomoedas começou a semana sob forte pressão, e o Bitcoin recuou para a faixa de US$ 112 mil. Isso ocorreu após perder o suporte de US$ 115 mil. O movimento arrastou também as altcoins. Elas acompanharam a correção, enquanto os investidores tentam entender se o pior já passou ou se a queda ainda está apenas no começo.
O analista da CryptoQuant, Axel Adler, avalia que a recuperação modesta vista depois da queda não deve ser confundida com uma reversão de tendência. Ele destaca que o Composite Index, indicador que mede mudanças de momentum, caiu abaixo de -0,4. Isso é um sinal histórico de que os ursos ainda dominam o mercado. Para Adler, o que se vê agora é apenas um “rali catártico”, típico de períodos de correção, que oferece alívio temporário sem alterar a direção principal.
Segundo Adler, a consolidação atual não mostra sinais de retomada dos touros. O especialista indica que o suporte em US$ 109,5 mil será decisivo. Se o Bitcoin perder esse nível, os vendedores devem intensificar a pressão. Isso empurraria o preço para patamares ainda mais baixos. Apenas um retorno do índice acima de zero e um rompimento de US$ 117,7 mil poderiam indicar que os compradores voltaram a ganhar espaço.
Bitcoin vai cair
A análise encontra respaldo em dados da Glassnode. Eles apontam um padrão clássico de “compra o rumor, venda a notícia” após a decisão recente da Fed de cortar os juros. O impulso inicial levou o BTC a US$ 117 mil. Contudo, logo em seguida, os fluxos de compra se esgotaram e a demanda enfraqueceu. O RSI caiu para 71,2 pontos, saindo da zona de sobrecompra. O CVD despencou 128%, mostrando clara redução da força compradora.
Nos ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos, a situação também mudou. As entradas líquidas caíram de US$ 2 bilhões para US$ 931 milhões, queda de mais de 50% em uma semana. Esse movimento reflete a cautela de investidores institucionais, que interromperam o ritmo acelerado de acumulação.
Assim, no mercado de derivativos de criptomoedas, os sinais são igualmente preocupantes. O interesse aberto permaneceu alto em US$ 47,4 bilhões, mas o CVD dos contratos perpétuos entrou em território fortemente negativo. Isso sugere que traders alavancados estão distribuindo posições em vez de acumular.
O economista Aarón Olmos lembra que setembro é um mês tradicionalmente difícil para o Bitcoin. “As correções estão à ordem do dia. É um padrão histórico de ciclos”, afirma. De acordo com ele, fatores como política monetária, tarifas comerciais e tensões geopolíticas aumentam a volatilidade e empurram parte do capital para ativos menos arriscados.
Ainda assim, Olmos ressalta que a trajetória estrutural do Bitcoin permanece positiva no longo prazo, impulsionada pela escassez programada e pelo efeito dos halvings. Porém, no curto prazo, ele reconhece que os ursos têm o controle e que as próximas semanas devem mostrar se o ativo encontrará sustentação ou continuará caindo em direção a novos suportes.