- XRP perde força e não sustenta preço acima de US$ 2.
- Derivativos fracos revelam falta de interesse do varejo.
- ETFs ajudam, mas não impedem a pressão vendedora contínua.
O XRP voltou a cair abaixo de US$ 2,00 e fez muitos investidores se perguntar se o sonho de US$ 6 e até US$ 10 acabou? A moeda da Ripple, que parecia enfim encontrar força depois da estreia dos ETFs nos Estados Unidos, agora enfrenta um dos momentos mais frágeis desde o crash de outubro. Nesta sexta-feira, o token operava perto de US$ 1,87, pressionado por forte volatilidade e por um mercado cada vez mais avesso ao risco.
A queda ganhou força depois do flash crash de 10 de outubro, quando mais de US$ 19 bilhões em criptomoedas foram liquidados em poucas horas. Desde então, a demanda de varejo pelo XRP não se recuperou. O comportamento dos pequenos investidores mostra apatia, e esse desinteresse se tornou um elemento decisivo para explicar o recuo atual. A estrutura de mercado enfraqueceu, e o token não encontrou suporte capaz de segurar o preço acima de US$ 2.
Apesar da fraqueza, a semana marcou um ponto histórico. O ETF da Bitwise de XRP começou a operar na Bolsa de Nova York, abrindo acesso regulado ao ativo para investidores americanos. O primeiro dia de negociação trouxe US$ 105 milhões em fluxos positivos, algo que poderia ter impulsionado o mercado. Somando o ETF da Bitwise ao XRPC, da Canary Capital, as entradas chegaram a US$ 118 milhões, e o total acumulado desde o início da fase de captação alcançou US$ 411 milhões. Mesmo assim, as entradas institucionais não conseguiram compensar o esfriamento do varejo.
Queda no XRP
O quadro fica claro ao observar os derivativos. O Open Interest de XRP em contratos futuros caiu para US$ 3,57 bilhões, após recuar dos US$ 3,79 bilhões do dia anterior. Em outubro, esse número chegava a US$ 8,36 bilhões, e em julho ultrapassava US$ 10,9 bilhões. A queda revela uma fuga generalizada de especuladores, tirando do XRP uma força essencial para sustentar movimentos de curto prazo.
Os traders tentam responder ao declínio comprando na queda. O Funding Rate, que mede a disposição de apostar em alta, subiu para 0,0072%, o que indica entrada de operadores em posições longas. No entanto, esses sinais ainda são insuficientes para alterar o rumo imediato do mercado. Sem crescimento contínuo no interesse pelos derivativos, não há combustível para uma reversão sólida.
No gráfico, a situação é delicada. O XRP se afasta das médias móveis de 50, 100 e 200 períodos, todas inclinadas para baixo e alinhadas em uma formação nitidamente baixista. A ação de preço aponta para um possível teste da região de US$ 1,61, mínima de abril. O MACD aprofunda sua barra negativa, reforçando o domínio dos vendedores, enquanto o RSI em 23 mostra forte sobrevenda, mas ainda sem gatilhos claros para um repique sustentável.
A resistência imediata aparece em US$ 2,16, onde está a média móvel de curto prazo. Acima disso, o obstáculo seguinte surge em US$ 2,44, também protegido pela linha de tendência descendente iniciada nos US$ 3,10. Apenas um fechamento firme acima dessas zonas devolveria fôlego ao token.


