Uma recente investigação, realizada pela agência de notícias Caixin, identificou um dos maiores escândalos de falsificação de ouro da história. Segundo a agência, a maior processadora de ouro privado de Hubei, na China, a Wuhan Kingold Jewelry teria usado pelo menos 83 toneladas de ouro falso como garantia para empréstimos bilionários.
Inicialmente, a Kingold foi fundada como uma fábrica de ouro, por Jia Zhihong, um ex-militar que teria administrado minas de ouro pertencentes ao Exército. A fábrica de ouro foi afiliada ao Banco Popular da China, entretanto, após uma reestruturação, a parceria acabou. Em setembro de 2019, possuía ativos no total de US $ 3,3 bilhões, com ações listadas na bolsa de valores da Nasdaq.
Assim, a Kingold teria consigo garantir empréstimos no valor de 20 bilhões de yuans, aproximadamente US$ 2,8 bilhões. Os empréstimos teriam sido realizado em mais de uma dúzia de instituições financeiras do país.
De fato, a garantia falsificada usada equivale a aproximadamente 22% da produção anual de ouro da China. Além disso, todo esse ouro falso representava 4,2% de toda reserva de ouro da China de 2019. Desta forma, mais de 4% de todo o ouro oficial da China aparentemente é falso.
Contudo, essa não é a primeira vez que ouro falso é usado como garantia na China. Em 2016, uma força-tarefa especial foi criada pelo governo para investigar uma fraude financeira. Como resultado das investigações, os reguladores identificaram barras de ouros com tungstênio que foram usadas para realizar empréstimos no total de 19 bilhões de yuans, cerca de US$ 2,5 bilhões.