- DEXs batem recorde e desafiam domínio da Binance.
- PancakeSwap lidera com alta de 160% nos volumes.
- Descentralização acelera e redefine o mercado cripto.
O mercado de criptomoedas vive uma nova virada. As exchanges descentralizadas (DEXs) registraram um recorde histórico de US$ 1,3 trilhão em negociações no terceiro trimestre de 2025. Isso sinaliza uma forte migração de investidores para plataformas sem intermediários. O avanço das DEXs reacendeu o alerta na Binance e em outras corretoras centralizadas. Elas veem a concorrência crescer em ritmo acelerado.
O relatório da Dune Analytics mostra que a atividade das DEXs apagou os efeitos do mercado de baixa. Além disso, superou os volumes registrados durante o ciclo de alta de 2021. Com a recuperação do setor de DeFi, o valor total travado (TVL) nos protocolos ultrapassou US$ 172 bilhões. Isso marca um retorno aos níveis pré-crise.
A plataforma PancakeSwap, ligada à BNB Smart Chain, foi o grande destaque do trimestre. Ela ampliou sua fatia de mercado e se consolidou como a maior DEX em atividade global. Isso foi impulsionado por incentivos do ecossistema Binance e pelas negociações de tokens do programa Binance Alpha. Nos últimos meses, o volume de transações na BNB Chain saltou de 135 milhões para mais de 400 milhões. Esse avanço foi sustentado por recompensas, lançamentos de novos tokens e liquidez crescente.
A expansão da PancakeSwap foi tão intensa que o ecossistema da Binance passou a carregar a maior parte dos volumes das redes compatíveis com EVM. Isso incluiu ultrapassar nomes como Avalanche, Sei e até Polygon. O crescimento também foi impulsionado pela inclusão de mercados de futuros perpétuos, o que aumentou a atratividade das DEXs entre traders profissionais.
Binance em apuros?
Enquanto isso, a Solana movimentou US$ 326 bilhões no trimestre. Isso representa uma alta de 21% em relação ao período anterior. Já o Ethereum manteve a liderança com US$ 339 bilhões. No entanto, viu sua dominância cair diante do avanço das soluções baseadas na BNB Chain e em outras blockchains menores.
Assim, o salto das negociações descentralizadas ocorreu em meio a um ambiente de competição intensa com as exchanges centralizadas (CEXs). No início do trimestre, as DEXs representavam 16% do volume total de negociação. Elas encerraram setembro com mais de 18% de participação — o maior percentual desde 2021.
Parte desse crescimento se deve à melhoria da experiência do usuário. Houve avanços com carteiras digitais e roteadores mais intuitivos. Além disso, reduziram-se taxas e aumentou-se a segurança contra bots e ataques de front-running. Isso tornou as plataformas descentralizadas mais acessíveis e confiáveis, atraindo investidores institucionais e varejistas.
Além disso, o aumento também coincidiu com a expansão de stablecoins e de ferramentas que facilitam a liquidez entre redes. Além disso, protocolos como Sei e Avalanche voltaram a registrar volumes expressivos, alcançando US$ 3,8 bilhões e US$ 37 bilhões, respectivamente.