- BlackRock lança ETF de Bitcoin com renda extra inovadora.
- Novo fundo busca dividendos estáveis em meio à volatilidade.
- Estratégia de compra coberta amplia atratividade para investidores.
A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, registrou nesta semana o nome iShares Bitcoin Premium Income ETF no Departamento de Estado de Delaware. O movimento representa um passo preliminar antes do envio formal da proposta à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), que decide sobre a aprovação do produto.
O novo ETF busca se diferenciar do tradicional iShares Bitcoin Trust (IBIT), que apenas replica o preço do bitcoin. Dessa vez, a BlackRock pretende oferecer renda adicional aos investidores. O fundo adotará a estratégia conhecida como compra coberta, que combina a manutenção de posições em bitcoin com a venda de opções de compra sobre futuros da criptomoeda. Assim, o gestor captura prêmios das operações para gerar fluxo estável de dividendos.
Segundo o analista de ETF da Bloomberg Intelligence, Eric Balchunas, esse modelo foi estruturado para atrair um público diferente, mais interessado em ganhos regulares do que apenas em acompanhar o preço do ativo. Em um mercado historicamente volátil, a proposta pode agradar especialmente investidores focados em renda recorrente.
Esse registro ocorre após o enorme sucesso do IBIT, lançado em janeiro de 2024. Desde então, o fundo acumulou mais de 60 bilhões de dólares em entradas líquidas e hoje administra cerca de 87 bilhões de dólares. Esse resultado consolidou a BlackRock como protagonista na transformação dos ETFs de criptomoedas em produtos de massa.
ETF de Bitcoin com renda extra
Diferentemente do IBIT, que segue a Investment Company Act de 1940, o novo ETF será estruturado sob a Securities Act de 1933 (Lei 33). Essa legislação exige registro detalhado de prospectos, mas permite maior flexibilidade na construção de produtos financeiros voltados ao varejo. Especialistas apontam que essa escolha pode acelerar a aprovação regulatória e ampliar o alcance do fundo entre investidores.
Desse modo, Balchunas considera notável a decisão da BlackRock de reforçar sua presença em bitcoin em vez de diversificar para outras criptomoedas. Para ele, a estratégia mostra que a gestora pretende concentrar esforços em BTC e Ethereum, deixando de lado ativos alternativos, ao menos por enquanto. Essa postura abre espaço para concorrentes explorarem nichos ainda sem grandes players.
Assim, a iniciativa também reforça a competitividade no mercado de ETFs baseados em opções cobertas de bitcoin. Segundo Balchunas, poucos produtos em análise têm chances reais de competir com a estrutura, reputação e rede de distribuição da BlackRock.
Com esse movimento, a maior gestora global dá mais um passo para transformar o bitcoin em ativo de renda previsível, ampliando sua utilidade dentro de carteiras institucionais e de investidores individuais.