Segundo o CEO de uma das maiores empresas de pagamentos do mundo, a Mastercard, devido à volatilidade do Bitcoin ele não poderia funcionar como uma moeda para os desbancarizados.
Ajay Banga, CEO da Mastercard, declarou esta semana que está preocupado com a volatilidade do Bitcoin e com a falta de transparência sobre o criador da criptomoeda.
Em uma entrevista Banga analisou alguns princípios do Bitcoin à sua maneira, e teceu um comentário um tanto quanto curioso ao tratar sobre o preço do Bitcoin.
Se referindo às pessoas que poderiam entrar no sistema financeiro, questionou quem concordaria em entrar em um sistema onde hoje a criptomoeda custa 2 garrafas de Coca-Cola, e amanhã custa 21 garrafas?
Esta não é uma forma de inserir as pessoas no sistema financeiro, mas de fazê-las temer
Ajay Banga
É claro que Banga apenas se referiu ao Bitcoin e aludiu aos demais criptoativos voláteis, pois a própria Mastercard já esteve no grupo que desenvolve a criptomoeda estável que mais mete medo nos legisladores estatais, o Libra.
Stablecoin ele sabe o que é.
De fato a Mastercard é uma desenvolvedora de tecnologia blockchain, e possui uma gama de patentes para criptoativos governamentais.
Até por acreditar nas moedas digitais dos Bancos Centrais que Banga afirmou que o Bitcoin não pode se tornar uma moeda para pessoas privadas de acesso ao sistema bancário.
É por isso que acreditamos nas moedas digitais do banco central
Ajay Banga
E é exatamente para isso que o Bitcoin não foi criado, sr. Banga, e seus desenvolvedores sequer querem que isto aconteça.
São infundados estes comentários do CEO da Mastercard contra o Bitcoin, pois não condizem com o que o próprio Bitcoin é, ou quer ser.
O Bitcoin não foi feito para estar dentro dos Bancos; os Bancos se quiserem que fiquem dentro do Bitcoin!
E é o que está acontecendo!
Foi o Bitcoin quem trouxe a tecnologia blockchain que os Bancos Centrais estão estudando para criar as suas próprias moedas digitais, para deixarem aquele obsoleto papel impresso de lado.
O Bitcoin foi criado para ser sim um meio de pagamento, mas acabou deixando boa parte desta função para as criptomoedas e tokens criados depois dele, e assim está ascendendo de forma mais livre como reserva de valor.
Mas esta inclusão sócio-econômica não acontecerá de imediato, caro Banga, pois existe todo um caminho de transição para as relações tecnológicas e financeiras, e para a economia como um todo.
Até parece que ele não entende disso.
A Mastercard não deveria se esquecer de seu passado, e da dificuldade que os cartões de crédito e de débito enfrentaram diante dos Governos e Bancos, até serem regulamentados, aceitos, e utilizados pela sociedade em massa.
Os cartões de crédito com seus juros abusivos que deveriam ser replanejados dentro do sistema econômico, não é mesmo?
Quanto a Satoshi Nakamoto não “dar as caras”, tudo bem que para o mundo atual onde todos querem os holofotes isso é realmente meio intrigante.
O criador da revolução econômica deste século pode não estar por aí, mas o seu White Paper está!
E é nele que Satoshi descentraliza a sua criação, permitindo que mineradores, usuários, e sistemas de Governança distribuídos conduzam o seu protocolo.
Segundo Banga, as plataformas de moedas digitais criadas pela Mastercard permitem que Bancos Centrais e comerciais explorem um conjunto de criptoativos governamentais para o fluxo de transações internacionais.
Sabe sr. Banga, os Governos não precisavam da sua tecnologia para isso. O Sr. não descobriu a roda!
Já existem as redes Ethereum, Tron, Binance, entre outras, para os Governos criarem as suas próprias moedas digitais, se quiserem.
Os Bancos Centrais também podem criar as suas próprias blockchains e moedas digitais. O Bitcoin não se importa com isso.
Por fim, sr. Banga, uma das suas principais concorrentes em meios de pagamento acabou de incluir o Bitcoin e outras criptomoedas como forma de transação em sua plataforma.
Eles se associaram a uma exchange e estão liquidando os pagamentos instantaneamente, desta forma, o preço da Coca-Cola amanhã será o mesmo que o de depois de amanhã.
Salvo se a empresa Coca-Cola aumentar o valor de seus produtos ou se o Governo que o sr. acredita continuar destruindo a economia.
Fica a dica!