A Coinbase acaba de anunciar dois movimentos ousados. O primeiro mira o bolso dos consumidores; o segundo, o coração dos traders profissionais.
A empresa vai lançar um novo cartão de crédito que devolve até 4% em Bitcoin. E, ao mesmo tempo, abre um caminho regulado nos EUA para negociação de contratos futuros de criptomoedas.
Cartão em criptomoedas oferece ganhos e riscos
O cartão, previsto para chegar neste outono, exigirá assinatura no serviço premium da Coinbase. Em troca, o cliente poderá receber recompensas diretamente em BTC. Porém, a devolução em criptomoeda não passa por intermediários e vai direto para a carteira da Coinbase.
Esse sistema já existe em outras plataformas, como Gemini e Crypto.com. Mas a Coinbase foca no diferencial do ativo base: Bitcoin, com sua alta volatilidade. Ou seja, os 4% de cashback podem se multiplicar ou virar 2%. Isso transforma a recompensa em um investimento involuntário.
A iniciativa não agrada a todos. Graham Friedman, investidor veterano e defensor da privacidade no uso de cripto, criticou a proposta. “Os cartões de crédito trocam suas informações privadas entre várias empresas“, lembrou. Para ele, milhas de companhias aéreas ainda valem mais a pena do que acumular BTC com um café.
Mesmo assim, a Coinbase aposta que muitos veem vantagem em acumular Bitcoin com gastos rotineiros. Comprar passagens, pagar contas ou fazer compras se torna uma estratégia de acúmulo a longo prazo – um DCA disfarçado de consumo diário.
Coinbase estreia futuros de BTC e ETH nos EUA
Além do cartão, a Coinbase também revelou o lançamento de dois futuros perpétuos para Bitcoin e Ethereum. A estreia acontece em 21 de julho, por meio da Coinbase Derivatives Exchange. Ambos os contratos terão tamanhos reduzidos: 0,01 BTC e 0,10 ETH.
Diferente dos futuros populares no exterior, esses contratos respeitam as normas regulatórias dos Estados Unidos. A proposta é clara: entregar alavancagem, liquidez e eficiência de capital sem forçar os investidores a recorrer a plataformas internacionais.
Os contratos rodam 24 horas por dia e incluem mecanismos de financiamento que os mantêm alinhados com o preço à vista. Porém, a liquidação ocorre duas vezes ao dia, e o sistema é projetado para reduzir riscos de contraparte e facilitar o acesso de traders locais.
Ainda mais, com esse movimento, a Coinbase reforça seu papel como ponte entre os mercados tradicionais e o universo das criptomoedas. Seja no consumo ou na negociação, a empresa aposta na integração total do cripto ao cotidiano financeiro.