- BitoPro confirma roubo de R$ 63,5 milhões em cripto
- Hackers lavaram ativos via Tornado Cash e Thorchain
- Setor cripto sofre com aumento de ataques cibernéticos
A corretora de criptomoedas BitoPro, com sede em Taiwan, se tornou alvo de um ataque hacker que resultou no roubo de US$ 11,5 milhões, cerca de R$ 63,5 milhões.
O incidente, ocorrido no dia 8 de maio, veio à tona apenas nesta segunda-feira (2), após o investigador de blockchain ZachXBT expor o caso nas redes sociais.
Pouco depois da revelação, a BitoPro confirmou o ataque e tentou tranquilizar seus clientes ao afirmar que os fundos permanecem protegidos. Ainda assim, a invasão colocou em xeque a segurança da infraestrutura digital da empresa.
Hack atingiu carteira quente e movimentou ativos via Tornado Cash
O ataque afetou a hot wallet da corretora, responsável por transações rápidas e operacionais. Os criminosos roubaram criptomoedas como Tron (TRX), Ethereum (ETH), Solana (SOL) e Polygon (MATIC). Em seguida, os hackers lavaram os fundos ao transferi-los para a plataforma Tornado Cash ou convertê-los para Bitcoin por meio da Thorchain. Segundo ZachXBT, parte do montante terminou em carteiras Wasabi, conhecidas por dificultar rastreamentos.
A empresa afirmou que, assim que detectou movimentações incomuns, acionou um protocolo de emergência. “Imediatamente transferimos os ativos restantes para uma nova carteira segura, impedindo a continuidade das ações maliciosas”, informou a BitoPro em comunicado oficial via Telegram.
Casos de invasão aumentam e ligam alerta no setor cripto
O caso da BitoPro ocorre em um contexto de crescentes ataques cibernéticos ao setor cripto. Em fevereiro, a exchange Bybit sofreu o maior roubo da história do segmento, com prejuízo de US$ 1,4 bilhão. O FBI e a startup Safe apontaram a Coreia do Norte como responsável, mais especificamente o grupo Lazarus, que atualmente controla cerca de 13.400 BTC provenientes de diversos golpes.
A própria Bybit oferece uma recompensa de até US$ 140 milhões para quem ajudar a recuperar os ativos roubados. Já a BitoPro promete divulgar em breve o novo endereço de sua carteira quente para verificação pública.
Mesmo com os recursos para cobrir o prejuízo, o episódio gera desconfiança entre usuários e investidores. A corretora garantiu que a maioria dos seus ativos permanece protegida em cold wallets, carteiras frias sem conexão à internet, mas não especificou o volume total perdido.