O cientista da computação e fundador do protocolo Bitcoin Satoshi Vision (BSV), Craig Wright, finalmente desistiu de provar que é Satoshi Nakamoto.
Foram anos movendo ações judiciais e tentando convencer tribunais e pessoas de que ele é Satoshi Nakamoto, o criador do protocolo Bitcoin.
Satoshi Nakamoto é o pseudônimo do criador da maior criptomoeda do planeta, identificado no White Paper do protocolo Bitcoin.
Fake Satoshi
Durante todos os anos que Wright tentou em vão provar que era o fundador do Bitcoin, este ganhou a antipatia dos usuários e investidores do mercado cripto.
Tanto é fato que passou a ser chamado de Fake Satoshi pela comunidade cripto.
Em uma sequência de postagens publicadas no Twitter na quarta-feira (21), Wright disse que “não importa se você gosta de mim. O objetivo do que estou fazendo são micropagamentos globais simples”.
Adiante em sua postagem, Wright defendeu o Bitcoin e disse que “para os corruptos, para aqueles que desejam poder imerecido, para aqueles que buscam impedir a mobilidade social e manter segredos, o bitcoin é uma péssima ideia”.
E em um momento disse que: “eu estive com raiva por muito tempo enquanto buscava validação externa. Isso acabou. A única validação que procuro agora é da minha família e de como minhas ideias se concretizam e são usadas pelo mundo. Nem todos querem o que tenho a oferecer”.
O caso Wright
Wright tem “torrado as paciências” do público cripto desde 2016, quando começou a se autoproclamar Satoshi Nakamoto.
Desde então moveu centenas de processos judiciais e instaurou diversos pedidos de patentes do White Paper do Bitcoin.
A comunidade cripto muito o questionou que, se ele era de fato Satoshi Nakamoto, porque não realizava qualquer transação com os cerca de 1 milhão de BTCs que foram minerados pelo verdadeiro Satoshi Nakamoto, e que estão em sua posse.
Craig alegou que havia perdido as seeds das carteiras e que não tinha como realizar qualquer tipo de transação.
De fato, desde que esse circo foi armado por Wright, bastava este apresentar as chaves privadas do endereço da carteira de Satoshi e o problema estaria resolvido.
Com o desaparecimento de Satoshi e com a certeza de Wright de que verdadeiro criador do Bitcoin não aparecerá, a comunidade entendeu que Wright aproveitou a oportunidade para se passar por Satoshi.
Wright chegou a dizer e tentar provar que o verdadeiro Bitcoin é o BSV, protocolo originado do fork do Bitcoin em Bitcoin Cash, e que depois sofreu mais um fork entre Bitcoin ABC e Bitcoin SV.
Todo o caso foi criado e incendiado devido ao erro da revista Wired ao postar um artigo em 2015 alegando que o inventor do Bitcoin era um especialista em computação australiano.
Na publicação há a citação de uma postagem relacionada à Wright e a criptografia, referenciada pouco antes da mineração dos primeiros Bitcoins em 2009.
Foi a partir daí que Wright passou a atribuir a si a criação do Bitcoin.
Mas a farsa caiu por terra quando a empresa de arquivo digital, Wayback Machine, descobriu que a postagem do blog de Wright foi escrita em 2013 ou 2014.
A revista Wired chegou a se desculpar pelas informações equivocadas no Artigo publicado, e também se desculpou por gerar a fake news que inflou o ego de Wright.
Dos seus diversos processos absurdos que estabeleceu na justiça, Wright conseguiu retirar do ar o White Paper do Bitcoin no Reino Unido em processo contra o site Bitcoin.org e seu administrador, de pseudônimo Cobra.
E também processou diversas pessoas do meio cripto, além do protocolo Bitcoin Cash, o Bitcoin Core, e as exchanges Kraken e Coinbase.
Observação, apesar de afirmar ter desistido de ser Satoshi Nakamoto, Wright ainda mantém a escrita em seu perfil do Twitter que é o “criador do Bitcoin”.