- Espanhol de 25 anos sofreu um sequestro em São Paulo por criminosos e alega um prejuízo superior a US$ 50 milhões em ativos digitais
- Vítima teria conseguido fugir do cativeiro, em Mogi das Cruzes (SP), após dopar policial
- Apesar do relato do empresário, as investigações apontam que Rodrigo também possui antecedentes criminais em outros países
Um empresário espanhol de 25 anos sofreu um sequestro em São Paulo e alega um prejuízo superior a US$ 50 milhões em ativos digitais. O caso ocorreu no bairro do Ipiranga e envolveu criminosos disfarçados de policiais civis. A vítima ficou em um cativeiro por cinco dias em uma propriedade rural de Mogi das Cruzes, onde sofreu ameaças, agressões e dopagem constante. As autoridades ainda investigam o roubo milionário e o passado controverso do empresário.
Criminosos usaram uniforme falso e realizaram transferências de criptoativos
De acordo com a CNN Brasil, Rodrigo Pérez Aristi Sá relatou que sofreu abordagem de dois homens armados que usavam uniformes falsificados da Polícia Civil. Alegando que ele estava sendo procurado pela Interpol, os sequestradores o algemaram e o levaram à força para um cativeiro em Biritiba Ussu, na região metropolitana de São Paulo.
Durante o período em que esteve preso, Rodrigo permaneceu algemado a uma cama, em um quarto simples, onde ficou sob efeito de medicamentos e impedido de se comunicar. De acordo com a vítima, os criminosos conseguiram acesso a suas contas bancárias e carteiras digitais, realizando movimentações que somam aproximadamente US$ 50 milhões, o equivalente a mais de R$ 250 milhões.
O empresário conseguiu escapar ao dopar um dos sequestradores com o mesmo medicamento que inclusive vinha sendo usado contra ele. Logo após se libertar, buscou ajuda em um bar próximo e acionou a Polícia Rodoviária Federal, que localizou o cativeiro.
Na operação, um dos suspeitos foi preso. O homem teve sua identificação como Ronaldo Batista, policial militar reformado. Em sua posse, os agentes encontraram armas, munições e aparelhos eletrônicos. A prisão foi convertida em preventiva após audiência de custódia.
Histórico da vítima gera dúvidas sobre a motivação do crime
Apesar do relato do empresário, as investigações apontam que Rodrigo também possui antecedentes criminais em países como Paraguai e Equador. Além disso, ele estaria sendo investigado por envolvimento com fintechs acusadas de aplicar golpes financeiros, o que levanta a possibilidade de o sequestro estar ligado a acertos de contas entre grupos criminosos.
A Polícia Federal está apurando a legalidade da presença de Rodrigo no Brasil, além de verificar a existência de mandados de prisão em aberto. Até o momento, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo trata o caso como sequestro com extorsão. No entanto, a complexidade da situação e o passado do empresário mantêm o caso sob investigação rigorosa.
O paradeiro do segundo sequestrador a princípio é desconhecido. As autoridades continuam tentando rastrear os fundos transferidos para verificar a veracidade do prejuízo informado e identificar outros possíveis envolvidos no crime.