- Mercado do Bitcoin opera com liquidez fraca e convicção reduzida
- Capital estacionado aumenta vulnerabilidade a quedas graduais
- Fluxos de stablecoins seguem decisivos para estabilidade futura
O Bitcoin atravessa uma fase frágil, em que a estabilidade do preço depende mais do comportamento do capital do que de narrativas otimistas. O mercado mostra menor disposição para risco, revelando um ambiente mais cauteloso.
Ao mesmo tempo, vários indicadores reforçam essa leitura e apontam para uma desaceleração na convicção dos investidores. A movimentação mais contida do capital sugere um período de atenção redobrada no curto prazo.
Liquidez parada expõe baixa convicção
Diversas métricas on-chain agora apontam para o mesmo problema, a liquidez não desapareceu, mas parou de circular. Esse detalhe importa, porque mercados frequentemente caem não quando o dinheiro sai, mas quando ele congela. Assim, o ambiente atual revela hesitação crescente.
A taxa de crescimento da capitalização do Bitcoin recuou para níveis historicamente associados a períodos longos de pressão negativa, o que indica perda de força estrutural.
Segundo João Wedson, se essa deterioração persistir, a probabilidade de capitulação aumenta, pois um mercado sem crescimento real torna-se vulnerável a ajustes bruscos quando a confiança quebra. Hoje, o Bitcoin parece sustentado mais pela inércia do que por demanda.
Os fluxos de stablecoins reforçam o quadro. As entradas de USDT e USDC nas exchanges caíram fortemente. A média mensal recuou de cerca de US$ 136 bilhões para quase US$ 70 bilhões, reduzindo a liquidez disponível praticamente pela metade.
Capital parado cria mercado sensível a más notícias
Darkfost destaca que o capital segue dentro do ecossistema, porém não se transforma em exposição ao risco. Trata-se de postura defensiva, não de pânico. Isso significa que o mercado pode cair sem forte pressão vendedora, mas também não encontra impulso para subir.

O que chama atenção é o que não aparece nos dados. Não há fuga para moedas fiduciárias, e as stablecoins continuam com capitalizações estáveis. Os fundos parecem estacionados, aguardando clareza. Esse comportamento deixa o preço muito sensível a notícias negativas, enquanto fatos positivos têm repercussão tímida.
Em condições como essas, bastam poucos compradores para que o mercado enfraqueça. Se os fluxos permanecerem fracos e o crescimento da capitalização seguir em queda, o Bitcoin pode entrar em declínio lento, marcado por exaustão, não por medo. Essa etapa geralmente corrige posições alavancadas de forma silenciosa, sem grandes manchetes.
Para os otimistas, o desafio torna-se direto, o preço precisa de novo compromisso de capital, não apenas de compras pontuais. Sem isso, os níveis de suporte ficam frágeis e podem ceder com pouco estímulo.
No futuro, os fluxos de stablecoins provavelmente atuarão como sinal decisivo. Uma recuperação consistente indicaria reativação do capital estacionado, o que pode estabilizar a estrutura de mercado. Até lá, o cenário segue cauteloso, ilíquido e vulnerável.
O histórico mostra dois desfechos possíveis, uma queda forte que redefine posições ou uma sangria lenta que arrasta o preço por semanas. Hoje, o Bitcoin permanece exatamente no meio desse território incerto.


