Durante uma apresentação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras o especialista em criptoativos, Matheus Puppe destacou que o DREX, nova moeda digital que o Banco Central do Brasil pretende lançar no ano que vem, ressalta a força a importância do Bitcoin e dos criptoativos.
Segundo ele as criptomoedas são parte de uma nova realidade global de economia digital e finanças descentralizadas e que o Drex, anunciado pelo Banco Central, ressalta o papel transformador deste novo setor.
No entanto, ele alertou sobre indivíduos fraudulentos que exploram termos como halving, bitcoin, ethereum e blockchain, de maneira confusa para aqueles que possuem um entendimento superficial. Essas artimanhas são utilizadas para enganar a população ao sugerir que as criptomoedas são inovadoras e garantem lucros substanciais sem esforço.
Matheus Puppe também abordou a Lei 14.478/22, aprovada no Congresso para regulamentar as criptomoedas. Ele reconheceu a importância dessa iniciativa, mas observou que o ritmo acelerado das inovações tecnológicas traz um desafio constante de adaptação.
Na mesma linha, peritos ouvidos na comissão nesta semana, concordaram que a tecnologia subjacente às criptomoedas frequentemente serve como um “chamariz” para a prática de crimes, como esquemas de pirâmide. No entanto, uma unanimidade entre os especialistas é que a culpa não reside na tecnologia em si, mas sim na desinformação disseminada em torno dela.
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Criptomoedas
Erik Wolkart, juiz federal, comparou a situação atual à época em que esquemas de pirâmide eram conduzidos com títulos de capitalização. Para ele, a tecnologia blockchain, que age como uma certificação dos ativos criptográficos, possui o potencial de democratizar o acesso a métodos mais eficazes para gerir finanças pessoais.
“É crucial enfatizar que não se deve criminalizar a tecnologia apenas porque algumas pessoas a utilizam de forma inadequada”, declarou Wolkart durante uma reunião da CPI na semana passada.
O presidente da comissão, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), indagou sobre como os cidadãos podem se precaver contra esquemas de pirâmide baseados em criptomoedas. Courtnay Guimarães, representando a empresa de serviços digitais Avanade, ressaltou a necessidade de promover uma maior educação financeira para a população. Ele sublinhou que a primeira regra é ser cético em relação a promessas de altos retornos garantidos.
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