No início do mês de agosto, o Banco Central anunciou o DREX, também conhecido como Real Digital. O projeto está em fase de testes e deve entrar em vigor até o final de 2024. Cada letra da sigla tem um significado diferente. A letra “D” representa o Digital; “R” significa o real; “E” faz referência à plataforma eletrônica e o “X” representa as transações, fazendo referência à última letra de PIX.
Segundo Mychel Mendes, contador especialista em criptomoedas, a moeda digital é um um token que pode se ligar a contratos inteligentes e, com isso, desburocratizar de forma nunca antes vista o sistema financeiro e contratual do Brasil.
Apesar de ser uma extensão da moeda física, o Drex possui algumas diferenças. Os bancos não poderão emprestar estes recursos a terceiros e depois devolver aos clientes e os recursos não vão ter uma correção automática.
Para tranquilizar os clientes, a nova moeda terá segurança jurídica, cibernética e de privacidade. Será possível também trocar a moeda digital por notas físicas e vice-versa, mas o foco do DREX são as transações financeiras.
“Pagar e executar o contrato ocorrem de forma instantânea e conjunta quando necessário. Por exemplo, ao fazer a transferência de 20 mil DREX para comprar um veículo, o carro já seria automaticamente transferido para o nome do comprador”, explica.
Drex
Mychel também ressalta que a DREX, ao contrário das criptomoedas mais famosas do mundo, é centralizada e controlada pelo Banco Central, junto com o governo brasileiro. No entanto, ele usa como base os códigos de Ethereum.
Ele considera que o Banco Central acertou em usar a tecnologia blockchain, isso significa que a partir da implementação, a instituição não precisa mais se preocupar com infraestrutura ou de segurança e poderá focar só no que vai ser transacionado nessa rede, ou seja, ele terá uma melhor tecnologia de forma mais econômica.
“O mercado de moedas digitais mais uma vez vê sua tecnologia se provando eficaz”, afirmou Mychel.
O especialista disse que com essa nova tecnologia o banco poderá criar transações complexas que combinam financeiro com leis, como, por exemplo, transferências de bens automáticas ao fazer um pagamento, imposto retido direto na fonte, programação de gasto do dinheiro, etc.
Mychel acredita que, em um primeiro momento, o DREX será testado pela Caixa e Banco do Brasil e, após aprovação de segurança e escala, será liberado para os outros bancos e, assim, o Brasil terá, de fato, uma moeda sem fronteiras.