O Departamento de Justiça norte americano publicou hoje em sua página o informe com uma queixa crime para um confisco civil, detalhando dois hacks em exchanges de moedas virtuais.
Segundo o Departamento, os hackers roubaram milhões de dólares em criptomoedas e, por fim, lavaram os fundos por meio de comerciantes de criptomoedas chineses “de balcão” (OTC).
A queixa crime resultou em ações criminais e civis que foram anunciadas em março deste ano, relacionadas ao roubo de US$ 250 milhões de dólares em criptomoedas por hackers norte-coreanos.
“A ação de hoje expõe publicamente as conexões em andamento entre o programa de cyber-hacking da Coréia do Norte e uma rede chinesa de lavagem de dinheiro de criptomoedas”,
A declaração acima foi dada pelo procurador geral em exercício, Brian C. Rabbitt da Divisão Criminal do Departamento de Justiça.
Por sua vez, o procurador geral adjunto John C. Demers, da Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça se pronunciou dizendo que os “Estados Unidos mais uma vez exemplificaram o compromisso em atribuir ameaças cibernéticas à segurança nacional, impor custos a esses atores e trazer algum alívio às vítimas de atividades cibernéticas maliciosas”.
Embora seja improvável que a Coreia do Norte pare de tentar pilhar o setor financeiro internacional para financiar um regime econômico e político falido, ações como as de hoje enviam uma mensagem poderosa ao setor privado e aos governos estrangeiros sobre os benefícios de trabalhar conosco para combater essa ameaça .
John C. Demers
O documento traz mais diversos comentários de autoridades ligadas à segurança nacional dos EUA.
A investigação foi conduzida pela Unidade de Crimes Cibernéticos do IRS-CI em Washington, pelos escritórios de Campo de Chicago e Atlanta do FBI, e pelo Escritório de Colorado Springs com apoio adicional do Escritório de Campo do FBI em San Francisco.
A reclamação de confisco apresentada hoje detalha dois hacks relacionados à exchange de criptomoedas.
Conforme alegado na denúncia, em julho de 2019, uma casa de câmbio virtual foi hackeada por pessoas na Coreia do Norte.
O hacker supostamente roubou mais de US$ 272.000 dólares em criptomoedas e tokens alternativos, incluindo Proton Tokens, PlayGame tokens e tokens IHT Real Estate Protocol.
Meses depois, os fundos foram lavados por meio de vários endereços intermediários e outras casas de câmbio virtuais.
O outro roubo aconteceu em setembro de 2019, quando uma empresa com sede nos Estados Unidos foi hackeada em um incidente relacionado. O hacker associado à Coréia do Norte obteve acesso às carteiras de moeda virtual da empresa, fundos mantidos pela empresa em outras plataformas, e fundos mantidos por parceiros da empresa.
O hacker roubou quase US$ 2,5 milhões de dólares e os lavou em mais de 100 contas em outra casa de câmbio virtual.
O Departamento alegou que em muitos casos os hackers converteram as criptomoedas furtadas em Bitcoin, USDTether, ou outras altcoins, com o intuito de mascarar as transações realizadas.
Apesar disto, as autoridades tiveram a condição de rastrear os fundos roubados, apesar das sofisticadas técnicas de lavagem que foram utilizadas.
A queixa crime intitulada “280 Virtual Currency Accounts” foi publicada hoje pelo Tribunal do distrito de Columbia, possui 30 páginas, onde descreve toda a investigação iniciada no ano de 2019.