- Petição surgiu no auge do inverno cripto
- Bitcoin valia apenas US$ 16 mil na época
- Mercado enfrentava forte crise de confiança
O FTX Recovery Trust começou a segunda rodada de pagamentos. Desta vez, liberou US$ 5 bilhões para credores elegíveis nas classes de conveniência e não conveniência.
A operação ganhou força em 30 de maio. Credores que concluíram os requisitos de pré distribuição agora aguardam a transferência via Kraken ou BitGo.
Distribuições variam de 54% a 120%
O Trust iniciou a distribuição com base no plano de reembolso aprovado pela justiça. De acordo com um anúncio de 28 de maio, a classe Dotcom Customer Entitlement Claims receberá 72% do valor reconhecido. Já os US Customer Entitlement Claims terão direito a 54%, enquanto as Convenience Claims ultrapassaram as expectativas com 120% de reembolso.
Além disso, o plano também contemplou os Créditos Gerais Sem Garantia e os Créditos de Empréstimo de Ativos Digitais. Porém, ambos receberão 61% do valor declarado. As transferências devem ocorrer em até dois dias úteis, segundo o cronograma oficial.
Primeira rodada devolveu US$ 1,2 bilhão
Em fevereiro, a primeira rodada de pagamentos distribuiu US$ 1,2 bilhão para credores com valores inferiores a US$ 50 mil. Na época, especialistas apontaram que parte dos fundos retornaria rapidamente aos mercados de criptomoedas, gerando impacto direto na liquidez.
O novo pagamento também levanta alertas entre analistas. Porém, como alguns beneficiários optam por vender os ativos rapidamente, há riscos de volatilidade nos preços das criptos, especialmente nos mercados varejistas.
A disputa judicial segue intensa. O investidor Sunil Kavuri, um dos principais credores da FTX, criticou o critério de reembolso. Porém, a decisão judicial obriga o pagamento com base no valor das criptos na data da petição, em vez do preço atual.
Segundo ele, isso reduziu os valores reais recebidos por muitos investidores para apenas 10% a 25% do valor original. Porém, o Bitcoin, na época da petição, estava em torno de US$ 16 mil, valor muito abaixo da cotação atual.
A petição do credor foi apresentada no pior momento do mercado cripto. Na época, o Bitcoin era negociado a cerca de US$ 16.000. O cenário refletia o colapso da confiança após falências de grandes plataformas.
Ainda mais, a Kavuri também denunciou a exclusão de credores de 163 países, incluindo Egito, Irã, Rússia, Paquistão e Groenlândia entre outros. Esses usuários não têm direito a reembolso, mesmo com valores registrados na plataforma da FTX.