De acordo com os sites de contagem regressiva para o quarto halving do Bitcoin, um dos maiores eventos da maior criptomoeda do mercado deverá ocorrer em data estimada entre os dias 27 e 28 de abril de 2024, portanto, a daqui exato um ano.
A cada 210.000 blocos minerados na rede Bitcoin acontece um halving, evento ao qual há a redução pela metade da recompensa por bloco minerado da criptomoeda, ou assim por dizer, ocorre a redução pela metade da inflação da principal criptomoeda do mundo.
Atualmente, quando um computador resolve o problema matemático do algoritmo de prova de trabalho e conclui a mineração de um bloco, um minerador recebe 6,25 Bitcoins (BTC).
Após o próximo halving da rede Bitcoin, o de número quatro dentro de sua blockchain, o minerador passará a receber 3,125 BTC.
- Leia também: Cresce o número de ataques phishing e mais de 3.000 pessoas perderam fundos em apenas 1 mês
Não há uma data exata para que o halving ocorra, assim, diversos sites fazem uma estimativa de quando poderá ocorrer o halving, sendo que estes são feitos de acordo com a média de tempo que cada bloco está sendo minerado.
No momento desta redação um bloco do Bitcoin estava levando cerca de 10.5 minutos, conforme indicado na mempool do Bitcoin.
Contagem regressiva para o halving: 365 dias
O Bitnotícias acessou diversos sites de contagem regressiva para o halving e constatou uma certa discrepância entre as datas levantadas, sendo que alguns apresentaram grandes variações de tempo estimados.
Assim, compilou aqueles que apresentaram com maior frequência datas mais aproximadas, e supostamente o quarto halving do Bitcoin deverá acontecer entre os dias 27 e 28 de abril de 2024.
Os sites Coinwarz, Coingecko, Bitkub e BlockChair estimaram a data para o dia 27 de abril, enquanto o site Bitcoinblockhalf estimou para o início da manhã do dia 28.
Próximo a isto vem o site da Binance, que estimou a data para o dia 24 de abril. Mais acelerados vêm os sites da Nicehash, que estimou para o dia 15 de abril, e o da BuyBitcoinWoldWide que estimou o halving para o dia 07 de abril.
História
Primeiro halving
O primeiro halving do Bitcoin foi um dos principais marcos da história da criptomoeda. À época, em novembro de 2012, a ainda pequena indústria não tinham certeza do impacto que o halving teria no mercado, ou sequer se este seria bem-sucedido.
Com o sucesso do halving o resultado foi imediato, e o preço do Bitcoin subiu imediatamente, e a tendência de alta durou meses.
A comunidade cripto viu o primeiro halving como um sinal de que a rede Bitcoin estava amadurecendo, e assim se tornando mais valiosa devido à escassez.
Além disso, a rede se mostrou independente, e que poderia impor suas regras de hashrate, dificuldade e autoridade matemática.
Ao término do primeiro halving a recompensa por bloco minerado caiu de 50 para 25 Bitcoins.
E do marco zero ao primeiro ciclo de halving um total de 10,5 milhões de Bitcoins foram minerados.
Segundo halving
O segundo halving ocorreu em julho de 2016, e já aconteceu algo diferente, pois o preço da criptomoeda começou a subir semanas antes do evento.
E num processo de realização de lucros os investidores derrubaram o preço liquidando a criptomoeda uma vez que, apesar da redução da recompensa, nada de mais excepcional ocorreu no mercado e na rede em si.
Novamente a regra de conduta sem a participação de uma autoridade central elevou o valor da criptomoeda.
Do primeiro ao segundo halving um total de 5,25 milhões de Bitcoins foram minerados.
E ao término do segundo halving a recompensa por bloco minerado caiu de 25 para 12,5 Bitcoins.
Terceiro halving
O terceiro halving, ocorrido em maio de 2020, veio em um dos momentos momento mais célebres para o Bitcoin. O mercado já havia vivido uma grande corrida dos touros em 2017, uma forte depressão em 2018/19, e vivia a expectativa de uma nova corrida dos touros.
Mais que isso, o inverno cripto e a crise da pandemia não foram suficientes para aniquilar a criptomoeda, e a resiliência do Bitcoin se mostrou unânime e incontestável, algo que trouxe mais notoriedade ao terceiro halving.
O curioso é que após o terceiro halving um total de 18,374 milhões de Bitcoins (pouco mais de 87% do total) já haviam sido minerados, e com a recompensa mais escassa, pela primeira vez começou a se falar em ‘deflação’ da criptomoeda em relação ao número de Bitcoins perdidos.
Deflação hipotética, pois o Bitcoin não é deflacionário. Este assunto será comentado abaixo.
Também houve maior impacto sobre os mineradores que, com o preço estável da criptomoeda, passaram a ter menor lucratividade com a mineração.
Nesta época aumentou relativamente o número de mineradores da criptomoeda Litecoin (por também receberem DOGE, do mesmo algoritmo), e de Ether (ETH), que operava em prova de trabalho e tinha suprimento infinito.
Isso fez com que houvesse certa queda na taxa de hash da blockchain, e houve um aumento temporário no tempo de mineração do bloco até o próximo ajuste de dificuldade.
À época o Bitcoin estava cotado em cerca de US$ 8.756, mas no final de 2020 estava valorizado mais de 300%, cotado em cerca de US$ 28.900, havia quebrado o topo histórico de 2017, e já estava sendo muito lucrativo aos mineradores.
Do segundo ao terceiro halving um total de 2,625 milhões de Bitcoins foram minerados.
Ao término do terceiro halving a recompensa por bloco minerado caiu de 12,5 para 6,25 Bitcoins.
E no ciclo de agora, do terceiro ao quarto halving, um total de 1,3125 milhões de Bitcoins serão minerados, sendo que após o halving a recompensa por bloco minerado cairá de 6,25 para 3,125 Bitcoins.
3 Mitos
1. Deflacionário a cada halving
O Bitcoin não é uma criptomoeda deflacionária. De fato, seu suprimento total é estável, e supostamente será mantido em 21 milhões de unidades.
Assim, o seu processo de ‘impressão’, confecção ou mineração é inflacionário; porém, sua inflação é reduzida pela metade a cada ciclo de halving.
Conforme foi supracitado, supostamente há uma tendência do Bitcoin ser deflacionário, assim como muitos já acreditam que seja, pois acredita-se que perde-se mais criptomoedas BTC do que se produz, atualmente.
A perda é devida a diversos fatores, como a transferência para endereços errados e principalmente pela perda de dispositivos ou afins que contenham a chave de segurança de acesso às criptomoedas na blockchain.
Mas isso também não significa que estas criptomoedas foram extintas, mas sim, apenas perdeu-se a forma de acessá-las.
Por fim, vale lembrar que supostamente há cerca de 1 milhão de Bitcoins em posse de Satoshi Nakamoto, o pseudônimo criador do Bitcoin.
2. Um halving a cada 4 anos? Que nada!
Obviamente existem diversas circunstâncias que envolvem a rede Bitcoin que podem ser abordadas e discutidas, mas três delas são relativamente peculiares ou possuem associação ao halving.
Um dos maiores mitos sobre o halving do Bitcoin é que este acontece a cada quatro anos.
De fato, um halving do Bitcoin nunca levou quatro anos para acontecer, mas este é um período de tempo amplamente citado e referenciado dentro do mercado cripto.
O primeiro bloco do Bitcoin, conhecido como Bloco #0, ou Gênesis, ou Coinbase), começou a ser minerado no dia 03 de janeiro de 2009, às 15h:15 UTC.
Diferentemente do que acontece atualmente, onde um bloco do Bitcoin demora cerca de 10 minutos para ser minerado, o primeiro bloco do Bitcoin levou 6 dias para ser minerado (término em 09.01.19).
O primeiro halving do Bitcoin ocorreu no dia 28 de novembro de 2012, portanto, praticamente 36 dias antes de completar quatro anos do lançamento da rede.
Apenas para constar, cabe ressaltar que durante o primeiro ciclo do halving do Bitcoin a rede ficou travada por cerca de 8 horas e 27 minutos, em 2010.
O segundo halving do Bitcoin ocorreu no dia 09 de julho de 2016, portanto, praticamente 142 dias antes de completar quatro anos do primeiro halving.
Apenas para constar, novamente, cabe ressaltar que durante o segundo ciclo do halving do Bitcoin a rede ficou travada por 6 horas e 20 minutos, em 2013.
O terceiro halving do Bitcoin ocorreu no dia 11 de maio de 2020, portanto, praticamente 59 dias antes de completar quatro anos. Não houve travamentos durante este ciclo de halving.
3. Em 2140 terminam os halvings? Não!
Após estimados 33 halvings do Bitcoin, que supostamente deverá ocorrer no ano de 2140, um total de quase 21 milhões de Bitcoins serão minerados.
Quase, porque no final destes 33 halvings serão minerados um total de 20.999.999,9769 Bitcoins.
Assim, faltarão 2,31 milhões de satoshis para o valor redondo de 21 milhões de Bitcoins.
A comunidade, em sua maioria, acredita que o final dos processos do halving acontecerá desta forma, pois a partir do halving de número 33, a recompensa será menor que 1 satoshi, pois teoricamente o Bitcoin possui oito casas após a vírgula (100 milhões de satoshis formam 1 Bitcoin).
O halving de número 33 deverá ocorrer no ano de 2140, na altura do bloco de número 6.929.999. Após este halving, e a partir do bloco 6.930.000, a recompensa por bloco minerado será menor que 1 satoshi.
Mesmo assim a mineração com recompensa por bloco minerado continuará, e mais 31 halvings deverão ocorrer com cada bloco minerado pagando menos de 1 satoshi.
Após o halving de número 64 que a recompensa por bloco minerado passará a ser zero, e então os mineradores terão apenas o incentivo das taxas recebidas para continuarem dando suporte à rede Bitcoin.
Em tempo estimado, o halving de número 64 deverá acontecer por volta do ano 2260, e assim, os 21 milhões de Bitcoins terão sido minerados.