- Hong Kong reforça licenciamento e amplia supervisão nas criptomoedas
- Novas regras fortalecem custódia, negociação e tokenização
- Regulação busca ecossistema digital seguro e competitivo
Hong Kong avançou mais um passo para reforçar sua supervisão no mercado digital. Os reguladores concluíram consultas públicas e decidiram implementar novos regimes de licenciamento para corretoras e custodiantes de criptomoedas, ampliando o esforço político da cidade para organizar o setor. A medida surge em um momento em que as autoridades buscam consolidar um ambiente mais seguro, transparente e competitivo.
Os órgãos responsáveis, o departamento de serviços financeiros e do tesouro (FSTB) e a comissão de valores mobiliários e futuros (SFC), confirmaram que todas as empresas de negociação e custódia deverão obter licenças assim que a nova estrutura entrar em vigor. Essa exigência reforça a postura ativa da cidade, que já havia introduzido regras para emissores de stablecoins no início de 2025.
Apesar do avanço gradual, Hong Kong já mantinha um regime obrigatório para plataformas de negociação, baseado inicialmente em um modelo voluntário criado em 2020. Atualmente, 11 empresas possuem autorização formal da SFC, o que demonstra um progresso consistente. A decisão mais recente, portanto, fortalece o plano de transformar Hong Kong em um polo global de ativos digitais, aproveitando sua reputação consolidada como centro financeiro e porta de entrada para capital internacional.

Expansão regulatória e foco em tokenização
Os reguladores também destacaram que os novos regimes se alinham à estratégia de criar uma estrutura completa para ativos digitais, que inclui stablecoins, tokenização e agora serviços de negociação e custódia. A cidade vem testando iniciativas de tokenização para ampliar o uso institucional de tecnologias blockchain e, assim, atrair empresas globais.
Julia Leung, CEO da SFC, afirmou que a continuidade desse desenvolvimento regulatório ajudará a cidade a preservar sua competitividade no mercado internacional. Segundo ela, as novas normas reforçam um ecossistema “confiável, competitivo e sustentável”, algo essencial para a expansão saudável do setor.
Consulta pública e integração com regras de AML
No mesmo dia, a SFC publicou um novo documento de consulta. O órgão busca opiniões sobre propostas para licenciar consultores e gestores de ativos digitais, ampliando ainda mais o alcance regulatório. A consulta detalha como essas atividades serão integradas ao quadro existente de combate à lavagem de dinheiro (AML) e ao financiamento do terrorismo.
O texto também solicita contribuições sobre temas como sanções, poderes regulatórios e mecanismos de recurso. Esses pontos serão avaliados antes da finalização das regras, que devem definir os próximos passos para o mercado de criptomoedas em Hong Kong.
No fim, as medidas mostram que a cidade segue determinada a criar um ambiente digital sólido, capaz de atrair empresas e, ao mesmo tempo, proteger investidores em um setor que evolui rapidamente.

