- O Departamento de Justiça dos EUA disse que apreendeu cerca de US$ 200.000 em USDT destinados a beneficiar o Hamas
- Os fundos tinham como destino esquemas de lavagem de dinheiro envolvendo corretoras e intermediários fora dos mercados sob regulação
- De acordo com o DOJ, os responsáveis pelas carteiras utilizavam transações em moedas digitais para ocultar a origem dos recursos
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) anunciou a apreensão de mais de US$ 200 mil em criptomoedas vinculadas ao grupo Hamas, classificado como organização terrorista pelos EUA, União Europeia e outros países. A operação representa mais uma ação das autoridades contra o uso de ativos digitais para fins ilícitos.
Criptomoedas eram usadas em rede de financiamento ilícito do Hamas
A investigação revelou que aproximadamente US$ 201.400 em criptoativos estavam sendo movimentados por meio de pelo menos 17 carteiras digitais. Os fundos tinham como destino esquemas de lavagem de dinheiro envolvendo corretoras e intermediários fora dos mercados sob regulação.
As autoridades apontam que os valores apreendidos fazem parte de uma operação mais ampla, iniciada após os ataques do Hamas a Israel em outubro de 2023. Desde então, mais de US$ 1,5 milhão em ativos digitais foram rastreados como parte de redes de financiamento ilícito.
De acordo com o DOJ, os responsáveis pelas carteiras utilizavam transações em moedas digitais para ocultar a origem dos recursos. O esquema envolvia ainda o uso de exchanges não regulamentadas, facilitando a conversão e movimentação dos valores.
Reguladores intensificam ações contra uso criminoso de criptos
Em resposta às atividades ilegais, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), do Departamento do Tesouro dos EUA, impôs sanções a intermediários ligados ao Hamas. Essas medidas tiveram apoio de agências reguladoras do Reino Unido e da Austrália.
Além disso, também mencionaram a exchange Binance em processos relacionados, nos quais familiares de vítimas do Hamas acusam a plataforma de permitir o uso de seus serviços por grupos extremistas. A empresa, porém, nega envolvimento e firmou acordo com o DOJ em 2023 no valor de US$ 4,3 bilhões.
Apesar dos casos recentes, analistas alertam que o uso de criptomoedas para financiar o terrorismo ainda representa uma pequena parcela do mercado. Relatórios apontam que métodos tradicionais, como transferências bancárias e dinheiro físico, continuam sendo os mais utilizados por organizações terroristas.
Ainda assim, cresce o debate sobre a necessidade de regulamentações mais rígidas no setor de criptoativos para prevenir abusos e garantir maior transparência nas transações globais.