- Departamento de Justiça dos EUA busca confiscar 127.271 BTC, avaliados em cerca de US$ 15 bi.
- Chen Zhi, líder do Prince Group, é acusado de fraudes financeiras e trabalho forçado em Cambodja.
- Golpe “pig butchering” afetou milhares de vítimas globalmente, inclusive nos Estados Unidos.
O Departamento de Justiça dos EUA solicitou o maior confisco de Bitcoin da história: 127.271 BTC, avaliados em US$ 15 bilhões, ligados a Chen Zhi, acusado de golpes globais e exploração de trabalho forçado.
O caso mostra como ativos digitais ilícitos podem ser rastreados e apreendidos em escala inédita.
Golpe bilionário e operação do Prince Group
Chen Zhi, também chamado de “Vincent”, lidera o Prince Group, conglomerado empresarial baseado em Cambodja. A empresa mantinha “scam compounds”, locais de trabalho forçado, onde vítimas aplicavam golpes de investimento em criptomoedas.
O esquema, conhecido como “pig butchering”, causou bilhões de dólares em prejuízos, especialmente nos Estados Unidos.
Além disso, Chen e sua rede aplicavam técnicas avançadas de lavagem de dinheiro, como “spraying” e “funneling”, e controlavam carteiras não hospedadas com criptomoedas ilícitas. Atualmente, o governo americano mantém esses ativos sob custódia.
O FBI afirma:
“Zhi e sua rede operaram uma organização criminosa transnacional que explorou milhares de pessoas em todo o mundo.”
Se efetivado, o confisco de 127.271 bitcoins ligados a Chen Zhi será o maior da história do Departamento de Justiça dos EUA. Para efeito de comparação, algumas das maiores apreensões anteriores incluem:
- Bitfinex (2022) – 94.000 BTC (~US$ 3,6 bi)
- Silk Road – James Zhong (2021) – 50.000 BTC (~US$ 3,36 bi)
- Silk Road (2020) – 69.370 BTC (~US$ 1 bi)
- Golpes de investimento (2025) – US$ 225,3 mi em criptomoedas
Contexto e impacto global do confisco
Segundo a Chainalysis, mais de US$ 75 bilhões em criptomoedas estão vinculados a atividades ilícitas. Desses, cerca de US$ 15 bilhões estão diretamente ligados a organizações criminosas, sendo 75% em Bitcoin.
Esse movimento do governo americano não apenas combate fraudes e exploração humana, mas também indica uma estratégia maior: transformar ativos digitais apreendidos em reservas estratégicas, fortalecendo a presença dos EUA no mercado cripto.
Sanções e cooperação internacional
O Departamento do Tesouro dos EUA e, simultaneamente, o Reino Unido aplicaram sanções, bloqueando empresas e indivíduos ligados ao Prince Group. A investigação contou com FBI, DEA, DSS e, ainda, colaboração internacional, incluindo agências do Reino Unido e da Ilha de Man.
Chen Zhi e sua rede também usavam influência política e subornos para proteger suas operações, dificultando a ação das autoridades. Por isso, o confisco histórico marca uma resposta contundente do governo americano a esquemas de criptomoedas ilícitas.
Maior confisco de criptomoedas nos EUA
A ação representa o maior confisco de criptomoedas da história do Departamento de Justiça dos EUA. Além disso, reforça a repressão a golpes financeiros e exploração humana e, ao mesmo tempo, destaca o potencial estratégico de usar ativos digitais apreendidos.
Investidores devem reforçar práticas de segurança e, consequentemente, cautela no mercado cripto. Chen Zhi permanece foragido, enquanto as investigações continuam.