- Explosão de novos ETFs promete transformar o mercado cripto.
- Reguladores flexibilizam regras e aceleram lançamentos nos EUA.
- Analistas projetam forte competição e consolidação rápida entre ETFs.
O mercado de ativos digitais nos Estados Unidos está prestes a passar por uma das maiores expansões reguladas de sua história. Analistas projetam que mais de 100 novos ETFs de criptomoedas serão lançados nos próximos meses, marcando uma nova fase de integração entre finanças tradicionais e ativos digitais. Essa previsão vem de James Seyffart, pesquisador sênior da Bloomberg Intelligence e um dos primeiros especialistas a antecipar, com grande precisão, a aprovação dos ETFs de Bitcoin em 2024.
Seyffart afirma que monitora mais de 150 pedidos ativos na SEC, refletindo o apetite crescente das gestoras pelo setor. Ele destaca que parte desses registros envolve produtos alavancados, o que aumenta ainda mais a diversidade dessa nova leva de fundos. Entretanto, ele observa que apenas parte desses ETFs chegará ao mercado, já que alguns pedidos ainda aguardam processos de revisão ou ajustes regulatórios.
O analista lembra que a indústria de ETFs costuma lançar muitos produtos para testar a receptividade dos investidores. Assim, as empresas avaliam a demanda real antes de decidir quais fundos terão vida longa. De acordo com ele, “o setor lança dezenas de opções e, depois, observa o que realmente funciona”, reforçando que a dinâmica se repete no universo cripto.
Mesmo diante da euforia, Seyffart alerta para uma inevitável consolidação. Ele compara o movimento ao mercado do S&P 500, onde diversos ETFs coexistem, mas apenas três capturam a maior parte dos recursos. No caso das criptomoedas, ele acredita que será difícil sustentar dez fundos diferentes para o mesmo ativo digital, especialmente os que ocupam posições intermediárias no ranking global.
ETFs cripto
Hoje, o mercado norte-americano já conta com ETFs de Solana, XRP, Dogecoin, Litecoin, Hedera e vários outros ativos, além dos fundos baseados em Bitcoin e Ethereum. A tendência, porém, é a rápida expansão desse portfólio. Propostas envolvendo Avalanche (AVAX), Stellar (XLM), BNB, Sui (SUI) e Cardano (ADA) estão entre as próximas candidatas à aprovação.
O analista Eric Balchunas, também da Bloomberg Intelligence, reforça que a previsão de mais de 100 lançamentos inclui ETFs criados sob a Lei de 1940, que permitem estruturas alavancadas e inversas. Esses produtos geralmente atraem investidores mais experientes, dispostos a assumir riscos maiores em busca de retornos multiplicados.
Embora a lista de novos ETFs seja extensa, Balchunas e Seyffart concordam que muitos deles desaparecerão rapidamente. A sustentação de cada fundo dependerá do desempenho do ativo subjacente e da entrada efetiva de capital. Fundos que não atingirem escala suficiente devem ser encerrados ao longo de 2026.
A nova onda de ETFs só foi possível porque o ambiente regulatório ficou mais permissivo. As políticas recentes do governo Donald Trump em relação ao setor digital abriram espaço para uma estrutura mais flexível, permitindo que as gestoras avançassem com diferentes tipos de produtos.


